terça-feira, outubro 31, 2006

Intelegência Vs Estupidez

Há muitos anos atrás li o diário de "O Diário Secreto de Adrian Molle aos 13 anos e ¾", desde ai que quero ser intelectual.
Estive muito próximo de o conseguir ser passados poucos anos depois, mas quando se tem 15 anos também não custa muito. Infelizmente este meu desejo não se manteve até hoje, mesmo tendo praticamente desaparecido, após um rigoroso e complicado processo de estupidificação.
Parece que o Salvador Dalí (já ele delirava bastante e eu penso seriamente em seguir os seus passos) considerava que todos os bons artistas (“artista” é uma palavra sem graça nenhuma) tinham de ser “quanto baste” de estúpidos. Eu acho que ele tem razão, tanto por razões técnicas, como por razões intelectuais. Estranhamente à medida que vou avançando para o final do meu curso de engenharia (um curso para malta inteligente e que não liga intelectualidades excepto se estas se traduzirem em zeros e uns) mais me apercebo do quanto este pintor tinha razão. Posso mesmo acrescentar, qualquer bom artífice seja ele engenheiro, escritor, pintor, ou caixa de uma qualquer loja de produtos de fraca qualidade mas vendidos a preços desagradavelmente altos, tem de ser bastante estúpido, afinal de contas só assim se marca a diferença. Isso leva-me a crer que estou no bom caminho, se bem que bastante incompreendido.
Com tudo isto cheguei à conclusão que, intelectualidade e estupidez embora possam viver em harmonia, dificilmente podem ser ambas de alto nível, além disso, gente culta é muito interessante para quem é estúpido e gente estúpida é muito gira para quem é culto.
Depois deste meu ultimo parágrafo há que distinguir dois substantivos, cultura e inteligência, pois embora andem de mãos dadas, em nada se relacionam e ambos são grandes inimigos da estupidez. Por um lado a inteligência, com todas as suas aplicações práticas e simplicidade úteis. Por outro a cultura, com todo o seu conhecimento e previsões bem estudadas. Sinceramente nenhuma delas me dá muito jeito. Prefiro ser estúpido. As razões são infinitas, senão vejamos, sendo estúpido tanto quem é inteligente como quem é culto me interessa e tem algo a acrescentar para a minha pessoa. Mais importante ainda, já conheceram alguém que fosse estúpido e não fosse feliz, claro que podem dizer, “mas essa pessoa não sabe o que é sabe ser feliz”, eu digo, “sabe sim!”, já ouvi tanta história de gente estúpida feliz, claro que quem é estúpido sofre sempre algumas consequências que quem não o é não sofre, no entanto, quem é inteligente não é capaz de sofrer mais ainda? Afinal de contas é suficientemente inteligente (caramba o processo de estupidez está mesmo a funcionar, todas as vezes que escrevi inteligente escrevi com erros ortográficos) para perceber como seria estúpido não estar preocupado com algo, ou mesmo a sofrer com algumas das coisas que se passam sempre à nossa volta.
Será esta uma desculpa para a minha estupidez? Não. A minha estupidez não tem desculpa, é propositada.

P.S.: Para reabrir a época bloguista com mais um delírio em grande (e extenso).