Já gritei para os coldplay, já gritei para os silence four, já gritei paras os underworld (que me acordaram de um sono profundo em pleno Sudueste!), já gritei para John Butler Trio (o melhor concerto da minha vida), já gritei para grandes ondas! Nunca gritei para uma pessoa, ou pelo menos da mesma forma.
À umas semanas apercebi-me da gravidade disso, devo ter defeito. Não pode! Não pode ser! Mas porquê, se todos o fazem? Isto levou-me a racionalizar o assunto.
E pronto!
sexta-feira, dezembro 04, 2009
sexta-feira, setembro 25, 2009
revoltas disparatadas...
Hoje vinha no metro a ouvir uma conversa que não era minha, como de costume. Os intervenientes dois gays que se vinham a queixar entre risos o difícil que tinha sido a adolescência deles. Eu percebo, foi difícil, acredito.
Hoje em dia é aceite que qualquer gay teve uma vida difícil, mas porquê? Porque qualquer gay chega aos vinte e de repente está rodeado por pessoas que tiveram a mesma experiencia que ele, a partir daí é palmadinhas nas costas, é o lobby, é ser cool, enfim... Tudo a que têm direito. Será que ainda há o direito de ter pena? Porque não há pena pelo único estudante com uma casa numa sala de aula da preparatória onde todos os outros moram em barracas, é fácil? É fácil ser educado com boas maneiras e preparado para estudar e se tornar num respeitoso cidadão, sair-se de casa na adolescência descobrir que no seu bairro é o único a receber esse tratamento? O que acham que acontece? Onde estão as palmadinhas nas costas para o único branco na turma do Dangerous Minds? Não há. Tudo corre bem, é hetero, tem algum dinheiro e um bom futuro o aguarda. Mais que este caso, que tal aquele que foge do seu próprio país para Europa esperando que tudo seja mais fácil, só para perceber que é um jogo diferente? E o outro que faz um filme na escola mas tem medo de o assinar porque alguém do outro lado do mundo pode vir atrás? Ou por e simplesmente o gay que nasce na Etiópia?
Estas não são as crianças que morrem à fome em África, os extremos não são o exemplo. Todas estas pessoas, viram os mesmos filmes que eu, leram os mesmos livros que eu e como resultado temos os mesmos sonhos que eu, sonhos quase frustrados mas que a vida tende em dar gota a gota para sentirmos que não há tempo suficiente, apenas para que no fim se perceba que afinal é tudo aleatório e ninguém sabe bem o que anda a fazer.
O rapaz da barraca que vinga na vida, é uma pessoa especial, precisa de ser acarinhado e ouvido quando chega ao topo, pois ele sabe bem como foi difícil e o que é preciso para o fazer, mas e a classe média? Não é rica, portanto nunca terá o berço de ouro que parece sempre tão bom mas que acaba sempre por estar repleto de espinhos, nem é pobre portanto não vai receber mais nada do que o cheque mensal e talvez um artigo na revista da empresa. A verdade é que quem lá está, cada vez há menos, leva por cima e por baixo, ou não tem poder suficiente ou teve mais oportunidades que todos os outros. Incrivelmente não há palmadinhas nas costas, não são ouvidos e os próprios tendem em esconder-se como resultado do que aprenderam ao longo da vida. Uma corda bamba que se movimenta com as marés de quem está por cima e treme com as ameaças de quem está por baixo.
Este é o sitio que conheço, provavelmente o único onde viverei bem, na sombra. Não tenho pena nem preciso de palmadinhas, mas temo que deste lugar apenas os próprios o consigam ver como é.
Melhor descrição que esta sobre o que penso é o discurso do Edward Norton no 25th Hour, em parte é nele que me baseio. Claro... não consegui dizer o que queria.
Hoje em dia é aceite que qualquer gay teve uma vida difícil, mas porquê? Porque qualquer gay chega aos vinte e de repente está rodeado por pessoas que tiveram a mesma experiencia que ele, a partir daí é palmadinhas nas costas, é o lobby, é ser cool, enfim... Tudo a que têm direito. Será que ainda há o direito de ter pena? Porque não há pena pelo único estudante com uma casa numa sala de aula da preparatória onde todos os outros moram em barracas, é fácil? É fácil ser educado com boas maneiras e preparado para estudar e se tornar num respeitoso cidadão, sair-se de casa na adolescência descobrir que no seu bairro é o único a receber esse tratamento? O que acham que acontece? Onde estão as palmadinhas nas costas para o único branco na turma do Dangerous Minds? Não há. Tudo corre bem, é hetero, tem algum dinheiro e um bom futuro o aguarda. Mais que este caso, que tal aquele que foge do seu próprio país para Europa esperando que tudo seja mais fácil, só para perceber que é um jogo diferente? E o outro que faz um filme na escola mas tem medo de o assinar porque alguém do outro lado do mundo pode vir atrás? Ou por e simplesmente o gay que nasce na Etiópia?
Estas não são as crianças que morrem à fome em África, os extremos não são o exemplo. Todas estas pessoas, viram os mesmos filmes que eu, leram os mesmos livros que eu e como resultado temos os mesmos sonhos que eu, sonhos quase frustrados mas que a vida tende em dar gota a gota para sentirmos que não há tempo suficiente, apenas para que no fim se perceba que afinal é tudo aleatório e ninguém sabe bem o que anda a fazer.
O rapaz da barraca que vinga na vida, é uma pessoa especial, precisa de ser acarinhado e ouvido quando chega ao topo, pois ele sabe bem como foi difícil e o que é preciso para o fazer, mas e a classe média? Não é rica, portanto nunca terá o berço de ouro que parece sempre tão bom mas que acaba sempre por estar repleto de espinhos, nem é pobre portanto não vai receber mais nada do que o cheque mensal e talvez um artigo na revista da empresa. A verdade é que quem lá está, cada vez há menos, leva por cima e por baixo, ou não tem poder suficiente ou teve mais oportunidades que todos os outros. Incrivelmente não há palmadinhas nas costas, não são ouvidos e os próprios tendem em esconder-se como resultado do que aprenderam ao longo da vida. Uma corda bamba que se movimenta com as marés de quem está por cima e treme com as ameaças de quem está por baixo.
Este é o sitio que conheço, provavelmente o único onde viverei bem, na sombra. Não tenho pena nem preciso de palmadinhas, mas temo que deste lugar apenas os próprios o consigam ver como é.
Melhor descrição que esta sobre o que penso é o discurso do Edward Norton no 25th Hour, em parte é nele que me baseio. Claro... não consegui dizer o que queria.
sexta-feira, setembro 18, 2009
mais de um ano...
Hoje fiz um post de um novo texto, escrevi-o em 31-01-2008, podem procurar.
Desde do dia que escrevi esse texto passaram-se algumas coisas, trabalhei, aprendi e até me apaixonei. Quando o escrevi achei que dali a um ano teria certezas, saberia para onde quero ir. Já lá vai mais de um ano e estou tão perdido quanto estava.
O estado das coisas é o mesmo, o sítio é outro. No início senti-me especial por estar a saltar para outro sítio, achei que não haviam muitos, agora percebo que muitos o fazem. Tenho os vindo a conhecer, praticamente todos partilham a mesma história que eu, queriam experimentar.
Mais que em Madrid, em Berlim todos os dias me cruzo com alguém novo que não é de cá. As razões variam, mas em muitos identifico-me, tento não ter preconceitos, é difícil, conhecer um Chinês, Iraniano, Indonésio, Romeno, Inglês e tantos outros, sem pensar na ideia que tenho formada na cabeça sobre como devem ser. Vêm de países com guerra, com poder ou por e simplesmente com culturas diferentes e inaceitáveis para mim. Depressa fico a perceber que raramente a ideia que tenho é a realidade deles, mas ao mesmo tempo não estou completamente errado. Os Chineses são de facto muitos, os Inglês bebem demasiado e os Iranianos protestam na rua contra o seu presidente, mas todos eles conhecem os mesmos livros, programas de televisão e momentos importantes no mundo, que eu conheço. Quando os conheço é como estar numa espécie de terreno neutro, como se estivesse no aeroporto, regras e protocolos muito próprios, todos os temas são abordados com cuidado na primeira vez, até que se encontre um sitio confortável onde tenhamos o mesmo conhecimento, a partir daí vamos explorando o que não se sabe, a cultura. Na parte da cultura é que se fica apanhado, um tema de vez em quando aborrecedor para quem responde, o que tem de especial eu achar que uma viagem de duas horas é uma grande viagem ou que estar atrasado em minha casa é chegar meia hora fora do tempo esperado? Para um Russo é uma novidade um sitio onde se vive assim, menos de mil quilómetros é mesmo ali ao lado e dez minutos de atraso é inaceitável.
A verdade é que isto de estar fora de casa é violento, da terra, ouve-se falar em amigos que compram casa, que assentam com as namoradas, que começam a trabalhar à séria, tudo parece bem, enquanto cá, tudo parece parado e nunca se sabe se esta foi uma boa ou má decisão.
À uns dias uma rapariga que vai para Austrália um ano perguntou-me se estaria a fazer bem em se ir divertir e trabalhar um ano fora quando sabe que tem de voltar para fazer o curso. O medo é que a viagem altere a sua perspectiva, quando voltar já não queira estudar o mesmo e que tenha adiado as obrigações tempo demais para as voltar a cumprir. Disse-lhe que tinha feito o mesmo e que me arrependia muito de não ter acabado o que tinha para acabar na altura devida, mas que se voltasse atrás, por enquanto, ainda achava que faria exactamente o mesmo, ficou tudo mais difícil mas o que pude levar comigo neste ultimo ano vale muito mais do que o esforço que tenho de fazer agora. Não sei quanto tempo esta minha teimosia irá durar, espero que sempre.
Parar de escrever, faz com que agora seja mais difícil articular as ideias... espero que melhore.
Desde do dia que escrevi esse texto passaram-se algumas coisas, trabalhei, aprendi e até me apaixonei. Quando o escrevi achei que dali a um ano teria certezas, saberia para onde quero ir. Já lá vai mais de um ano e estou tão perdido quanto estava.
O estado das coisas é o mesmo, o sítio é outro. No início senti-me especial por estar a saltar para outro sítio, achei que não haviam muitos, agora percebo que muitos o fazem. Tenho os vindo a conhecer, praticamente todos partilham a mesma história que eu, queriam experimentar.
Mais que em Madrid, em Berlim todos os dias me cruzo com alguém novo que não é de cá. As razões variam, mas em muitos identifico-me, tento não ter preconceitos, é difícil, conhecer um Chinês, Iraniano, Indonésio, Romeno, Inglês e tantos outros, sem pensar na ideia que tenho formada na cabeça sobre como devem ser. Vêm de países com guerra, com poder ou por e simplesmente com culturas diferentes e inaceitáveis para mim. Depressa fico a perceber que raramente a ideia que tenho é a realidade deles, mas ao mesmo tempo não estou completamente errado. Os Chineses são de facto muitos, os Inglês bebem demasiado e os Iranianos protestam na rua contra o seu presidente, mas todos eles conhecem os mesmos livros, programas de televisão e momentos importantes no mundo, que eu conheço. Quando os conheço é como estar numa espécie de terreno neutro, como se estivesse no aeroporto, regras e protocolos muito próprios, todos os temas são abordados com cuidado na primeira vez, até que se encontre um sitio confortável onde tenhamos o mesmo conhecimento, a partir daí vamos explorando o que não se sabe, a cultura. Na parte da cultura é que se fica apanhado, um tema de vez em quando aborrecedor para quem responde, o que tem de especial eu achar que uma viagem de duas horas é uma grande viagem ou que estar atrasado em minha casa é chegar meia hora fora do tempo esperado? Para um Russo é uma novidade um sitio onde se vive assim, menos de mil quilómetros é mesmo ali ao lado e dez minutos de atraso é inaceitável.
A verdade é que isto de estar fora de casa é violento, da terra, ouve-se falar em amigos que compram casa, que assentam com as namoradas, que começam a trabalhar à séria, tudo parece bem, enquanto cá, tudo parece parado e nunca se sabe se esta foi uma boa ou má decisão.
À uns dias uma rapariga que vai para Austrália um ano perguntou-me se estaria a fazer bem em se ir divertir e trabalhar um ano fora quando sabe que tem de voltar para fazer o curso. O medo é que a viagem altere a sua perspectiva, quando voltar já não queira estudar o mesmo e que tenha adiado as obrigações tempo demais para as voltar a cumprir. Disse-lhe que tinha feito o mesmo e que me arrependia muito de não ter acabado o que tinha para acabar na altura devida, mas que se voltasse atrás, por enquanto, ainda achava que faria exactamente o mesmo, ficou tudo mais difícil mas o que pude levar comigo neste ultimo ano vale muito mais do que o esforço que tenho de fazer agora. Não sei quanto tempo esta minha teimosia irá durar, espero que sempre.
Parar de escrever, faz com que agora seja mais difícil articular as ideias... espero que melhore.
sexta-feira, maio 08, 2009
segunda-feira, julho 21, 2008
Madrid num parágrafo
Tudo isto é demasiado para o que estou habituado, cada vez mais me sinto a cair no mundo dos contentinhos. Madrid? Quem quer saber? Gostava de puder contar com um daqueles "Madrid é:", mas a verdade é que não é. Madrid são. São milhares de coisas que não consigo descrever, mas em grande parte é voltar a sentir alguém a puxar pelas minhas pálpebras para ver melhor, que me mostra que nunca percebi nada e tenho tudo a aprender, Lisboa volta a ser uma aldeia, minha, mas uma aldeia. Madrid está a bater com tanta força como o calhau que conheci intimamente em Algés, mas gosto desta pedra. Por enquanto compreendi que ainda me falta ver muito, falta-me ver tudo, o calor e os turistas não ajudam a variar, no entanto não é só por ser Madrid que percebi que não podia estar mais errado quando pensei "afinal fico em casa", não estou em casa. Estou muito longe do que é casa, estou longe dos papás, das manas, dos brothers de todos, estou a fazer maquinas de roupa e a prestar atenção ao que os meus colegas de casa cozinham para que possa comer algo mais que bifes, o pouco tempo de net que tenho no trabalho, aproveito para ver o site do Ikea para descobrir uma cama e uma saboneteira, passo o tempo todo a mirar caixotes de lixo que possam ter moveis, limpo o chão e a louça, faço a cama e arrumo a roupa, tudo o que aprendi em casa a ter uso, finalmente, porque desta vez ninguém me vai dizer que não posso viver assim, tenho de ser eu. Faço a paralelismo com o Interrail muitas vezes, erradamente, isto é outra coisa, vou passar sete meses nesta casa, cheiro os problemas e o trabalho de me manter saudável. Nada de grave, pois tresanda a festa e sensação que há tanto procurava, a mesma de deslizar aquela onda, aquela que achava que não ia dar, mas que fica com mais de dois metros sem eu estar à espera, um misto de medo, adrenalina e alegria, não me estou a ver ainda a querer parar de deslizar... e as saudades? Andam ai, ainda hoje, depois de uma noite menos própria para um domingo, o mal-estar de pouco dormir junta-se à saudade, os amigos, a família, a minha Lisboa, os espanhóis mal encarados, brutos, sem saber o que é café e o que é água suja, vai custar, este ainda foi só o primeiro aperto. Passou mal cheguei a Velásquez e mais uma vez percebi que as mulheres do meu bairro também andam em Beverely Hills, que este domingo vou voltar a beber um Frappucino e comentar a noite anterior, que talvez vá a uma feira ou a um evento bizarro como a guerra de água em Vallecas, que provavelmente irei conhecer mais uma pessoa que nunca tinha visto antes e que embora não tenha a ver comigo, também gosta de viajar, também está feliz em Madrid, também quer ser bom no que faz e também quer é só divertir-se um pouco. Quem pergunta pelas paixonetas?... Somos vinte, temos entre 22 e 30 anos, não temos problemas em gastar dinheiro, queremos nos divertir, os espanhóis são feios, as espanholas são uma perdição, faz calor e estamos numa gigantesca cidade no meio do deserto... "é fazer a conta". O trabalho...nunca me senti mais estúpido, também poucas vezes olhei para algo tão estúpido e achei que se souber carregar nos botões certos posso ter surpresas. Muito claramente, passo o dia num open-space a programar coisas básicas e ninguém se interessa se está bem ou mal sem ser eu, tal como em Lisboa pensei, depende de mim. Ainda agora estou a dar os primeiros passos, mas já quero correr. Venham cá ver por vós. Vou jantar e tratar de passear no Retiro para refrescar. :D Adios!
terça-feira, maio 27, 2008
Caro Amyr...
À muito tempo cruzei-me com este texto...
"Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livro ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece, para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos e não simplesmente como ele é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
("Mar sem fim"- Amyr Klink)
Na altura não consegui deixar de pensar nele, agora preparo-me para uma curta aventura, que mesmo sendo aqui ao lado, espero que me dê mais fome de viagem.
"Hoje entendo bem meu pai. Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livro ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar do calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio tecto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece, para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos e não simplesmente como ele é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver".
("Mar sem fim"- Amyr Klink)
Na altura não consegui deixar de pensar nele, agora preparo-me para uma curta aventura, que mesmo sendo aqui ao lado, espero que me dê mais fome de viagem.
terça-feira, abril 08, 2008
sexta-feira, março 21, 2008
quarta-feira, março 12, 2008
Questões...
Perguntei ao Google "what do i want to do with my life", ele respondeu-me "Resultados 1 - 10 de cerca de 53.900.000 para what do i want to do with my life. (0,15 segundos)".
Como é que é suposto conseguir decidir-me?!
Como é que é suposto conseguir decidir-me?!
quinta-feira, janeiro 31, 2008
31-01-2008
Desde de muito pequeno que ouço as pessoas à minha volta a encorajar outras pessoas a ir "lá para fora". Acho que depois de tanto ouvir quem sempre cá esteve a encorajar outros a saírem, entranhou-se-me na pele, para ser honesto parece-me que sempre me esteve entranhado na pele.
À medida que se aproxima o fim do curso, que em simultâneo se parece estar sempre a distanciar, sonho mais com a possibilidade de me pôr a andar, New York, London, Paris, Tokyo, Brasilia, Berlin, Buenos Aires, Kopenhagen, Madrid, Oslo, Beijing e não sei mais onde... tudo parece possível, Lisboa, Porto, Vila Real, Santo António dos Cavaleiros e Marco de Canaveses talvez para outra altura, penso eu.
A verdade é que a certeza de sair não é tão grande como o desejo e nem esse sei se é tão grande, os papas, as manas, os amigos, a praia enfim... a vida, continua a parecer muito boa por cá (se bem que como sempre deprimente). Encarar com seriedade a hipótese de sair daqui é assustador, refugio-me nas possibilidades que são oferecidas por outros locais de labora, os salários, as culturas, o absolutamente desconhecido... infelizmente nada disso irá substituir aquele jantarzinho em casa dos amigos, a monotonia semanal do bairro Alto, as conversas pós jantar que há medida que se vai amadurecendo vão ficando mais interessante (o que indica que estamos a ficar mais aborrecedores do que éramos, ambos os manos moradores nesta casa).
Tudo é muito bonito, mas a verdade é que não sei se tenho o que é preciso para durante pelo menos um ano virar costas ao inicio da vida adulta no meu país, na companhia dos meus amigos, para a solidão de uma aventura com o inesperado.
Infelizmente, estranhamente, não tenho muitos amigos a quererem o mesmo que eu, posso mesmo dizer, nenhum. Sempre fui anti-social, sem o ser, mas isto está a passar as marcas, não sei porquê sempre imaginei que quem contratasse em Portugal tivesse dificuldade em arranjar pessoas porque todos os que acabam um curso querem ir para outro país, tenho vindo a descobrir que nada disso existe. Tenho pena, porque embora goste de fazer quase tudo sozinho, gostava de ter alguém que estivesse no mesmo barco que eu e se sentisse tão emocionado quanto eu em mudar de código postal, sei que existem mais pessoas que querem fazer exactamente o que eu quero, pelas mesmas razões que eu, mas onde andam?
Estou farto de escrever mas ainda não disse nada, aqui vão alguns pontos...
Porque quero ir trabalhar para outro país? Quero descobrir pessoas que são absolutamente diferentes de mim. Quero perceber o que nunca podia perceber aqui. Quero conhecer-me. Quero aprender coisas que nunca imaginei e quero que me sejam mostradas de formas não se mostram cá. Quero ser surpreendido. Quero ficar diferente. Quero perceber o que é uma oportunidade, porque as que cá temos são diferentes das que há noutros sítios. Quero voltar a sentir que tenho tudo a descobrir de novo. Quero sempre saber como é a vida para os moradores de outros países. Quero olhar para os turistas e ficar a pensar que estão apenas a levar um décimo da experiência. Quero ser fixe. Quero saber do que falo próxima vez que recomendar a alguém que vá para fora. Quero estar sentado num avião, comboio, barco ou autocarro e pensar: "Cá está uma bela m#$£@ de uma ideia!". Quero... sei lá o que quero, quero sentir-me em queda livre!
Porque quero ficar? Porque gosto de quem conheço. Porque embora esteja poucas vezes com muita gente, não quero sentir que não posso estar. Porque não quero perder nada da vida das pessoas que me interessam. Porque é simples. Porque é bom. Porque posso ir à praia e sei como o fazer. Porque ainda não tive metade das aventuras a que tenho direito mesmo em casa. Porque aqui posso perceber do que falam as pessoas experientes, sem ter de começar do inicio. Porque este é efectivamente o meu país. Porque gosto que nem tudo cá chegue. Porque posso optar por perder ou viver algo que só se vai passar uma vez no nosso país e sonhar com isso o resto da vida. Porque posso começar a pensar no resto da vida e não nos próximos 12 meses. Porque adoro ir ao aeroporto, se começar a ser frequentador assíduo vou começar a odiar, ou pior, ser indiferente. Porque sempre me imaginei cá. Porque não gosto do esforço de uma aposta que posso odiar. Porque nem sequer quero abandonar o meu quarto, quanto mais o meu país.
Em suma, tenho medo!
Escrevi este pequeno texto em 31/01/08, ainda mal comecei a minha tese, tenho entregar o último trabalho do primeiro semestre mas não consigo deixar de pensar nisto! Espero que daqui a uns meses tenha graça ler este texto e pensar "nem eu imaginava como isto ia acabar" (claro, que acabe comigo com o curso feito e feliz).
À medida que se aproxima o fim do curso, que em simultâneo se parece estar sempre a distanciar, sonho mais com a possibilidade de me pôr a andar, New York, London, Paris, Tokyo, Brasilia, Berlin, Buenos Aires, Kopenhagen, Madrid, Oslo, Beijing e não sei mais onde... tudo parece possível, Lisboa, Porto, Vila Real, Santo António dos Cavaleiros e Marco de Canaveses talvez para outra altura, penso eu.
A verdade é que a certeza de sair não é tão grande como o desejo e nem esse sei se é tão grande, os papas, as manas, os amigos, a praia enfim... a vida, continua a parecer muito boa por cá (se bem que como sempre deprimente). Encarar com seriedade a hipótese de sair daqui é assustador, refugio-me nas possibilidades que são oferecidas por outros locais de labora, os salários, as culturas, o absolutamente desconhecido... infelizmente nada disso irá substituir aquele jantarzinho em casa dos amigos, a monotonia semanal do bairro Alto, as conversas pós jantar que há medida que se vai amadurecendo vão ficando mais interessante (o que indica que estamos a ficar mais aborrecedores do que éramos, ambos os manos moradores nesta casa).
Tudo é muito bonito, mas a verdade é que não sei se tenho o que é preciso para durante pelo menos um ano virar costas ao inicio da vida adulta no meu país, na companhia dos meus amigos, para a solidão de uma aventura com o inesperado.
Infelizmente, estranhamente, não tenho muitos amigos a quererem o mesmo que eu, posso mesmo dizer, nenhum. Sempre fui anti-social, sem o ser, mas isto está a passar as marcas, não sei porquê sempre imaginei que quem contratasse em Portugal tivesse dificuldade em arranjar pessoas porque todos os que acabam um curso querem ir para outro país, tenho vindo a descobrir que nada disso existe. Tenho pena, porque embora goste de fazer quase tudo sozinho, gostava de ter alguém que estivesse no mesmo barco que eu e se sentisse tão emocionado quanto eu em mudar de código postal, sei que existem mais pessoas que querem fazer exactamente o que eu quero, pelas mesmas razões que eu, mas onde andam?
Estou farto de escrever mas ainda não disse nada, aqui vão alguns pontos...
Porque quero ir trabalhar para outro país? Quero descobrir pessoas que são absolutamente diferentes de mim. Quero perceber o que nunca podia perceber aqui. Quero conhecer-me. Quero aprender coisas que nunca imaginei e quero que me sejam mostradas de formas não se mostram cá. Quero ser surpreendido. Quero ficar diferente. Quero perceber o que é uma oportunidade, porque as que cá temos são diferentes das que há noutros sítios. Quero voltar a sentir que tenho tudo a descobrir de novo. Quero sempre saber como é a vida para os moradores de outros países. Quero olhar para os turistas e ficar a pensar que estão apenas a levar um décimo da experiência. Quero ser fixe. Quero saber do que falo próxima vez que recomendar a alguém que vá para fora. Quero estar sentado num avião, comboio, barco ou autocarro e pensar: "Cá está uma bela m#$£@ de uma ideia!". Quero... sei lá o que quero, quero sentir-me em queda livre!
Porque quero ficar? Porque gosto de quem conheço. Porque embora esteja poucas vezes com muita gente, não quero sentir que não posso estar. Porque não quero perder nada da vida das pessoas que me interessam. Porque é simples. Porque é bom. Porque posso ir à praia e sei como o fazer. Porque ainda não tive metade das aventuras a que tenho direito mesmo em casa. Porque aqui posso perceber do que falam as pessoas experientes, sem ter de começar do inicio. Porque este é efectivamente o meu país. Porque gosto que nem tudo cá chegue. Porque posso optar por perder ou viver algo que só se vai passar uma vez no nosso país e sonhar com isso o resto da vida. Porque posso começar a pensar no resto da vida e não nos próximos 12 meses. Porque adoro ir ao aeroporto, se começar a ser frequentador assíduo vou começar a odiar, ou pior, ser indiferente. Porque sempre me imaginei cá. Porque não gosto do esforço de uma aposta que posso odiar. Porque nem sequer quero abandonar o meu quarto, quanto mais o meu país.
Em suma, tenho medo!
Escrevi este pequeno texto em 31/01/08, ainda mal comecei a minha tese, tenho entregar o último trabalho do primeiro semestre mas não consigo deixar de pensar nisto! Espero que daqui a uns meses tenha graça ler este texto e pensar "nem eu imaginava como isto ia acabar" (claro, que acabe comigo com o curso feito e feliz).
quarta-feira, janeiro 02, 2008
Voltas....
Ouço a mesma música em repeat na esperança que a inspiração pré exame me ataque, como sempre… falho. Não desisto mesmo assim de ser o escritor… blogger menos inspirado.
Mais uma volta ao sol. Mesmo assim continuo a ver o sol a circular à minha volta, eu não quero desistir de pensar que o centro sou eu e o meu umbigo. Vendo sobre “a perspectiva” nunca cheguei a dar nenhuma volta. Portanto se passou e ainda quero fazer o mesmo que no inicio, da mesma forma, ainda não sei o que quero fazer, ou como fazer o quer que seja que queria fazer inicialmente.
Continuo perdido, a andar aos apalpões mas com um ar mais maduro.
Que esta seja aquela volta que vai ser diferente, que esta seja “a volta”!
Mais uma volta ao sol. Mesmo assim continuo a ver o sol a circular à minha volta, eu não quero desistir de pensar que o centro sou eu e o meu umbigo. Vendo sobre “a perspectiva” nunca cheguei a dar nenhuma volta. Portanto se passou e ainda quero fazer o mesmo que no inicio, da mesma forma, ainda não sei o que quero fazer, ou como fazer o quer que seja que queria fazer inicialmente.
Continuo perdido, a andar aos apalpões mas com um ar mais maduro.
Que esta seja aquela volta que vai ser diferente, que esta seja “a volta”!
sexta-feira, novembro 30, 2007
Soundtracks
Pixies - Hey
Pixies - Where is my mind?
Bob Dylan - The ballad of a thin man
Band of horses - The funeral
Cold War Kids - We used to vacation
The Killers - All these things I have done
Coldcut - Mr. Nichols
Margarida Pinto e Tó (Ornatos Violeta) - Capitão Romance
The Whitest Boy Alive – Burning
Estas são as que ouço quando a loucura espanca a racionalidade. As que me deixam a imaginar que posso escrever estes textos e nunca ser acusado de poluição. É parte da minha banda sonora.
Vós… tende banda sonora?
quinta-feira, novembro 15, 2007
barba... beu! beu!... cabelo... beu!beu!
Hoje fiz a barba e cortei o cabelo... o que quer isto dizer? Estou verdadeiramente curioso, why does one shave and gets a haircut with only a few hours apart?( e agora mesmo, neste momento, dei uma canelada dos diabos na perna da mesa e dói que se farta!!!)
Até a umas horas atrás tinha a barba e o cabelo num estado que tem com toda a certeza uma denominação clínica, nos filmes já vi que este tipo de mudanças radicais tem significado, mas ainda não percebi a razão desta revolta. Espero que tenha razão, mesmo que a desconheça, para animar a festa, sinceramente esta party anda menos mexida do que esperava.
A festa de ser finalista, existe efectivamente uma distinção, por mais estúpida que seja, quem faz a distinção, em grande parte, espera que o sujeito finalista daqui a um ano se torne num super herói, alguém que consiga fazer tudo o que o sujeito distingador (uma palavra linda, que não existe) nunca, ou ainda não, chegou a fazer. Se calhar está tudo na minha cabeça, continuo um cidadão anónimo, mas com manias, deve ser isso, espero que seja isso.
O que interessa é que estou com menos cabelo e com a barba ausente! O que é grave. A cabeleira grande e despenteada sempre dava um look desgraçado, especialmente quando comparado com o corte à pivô de telejornal que recebi do senhor Victor ( o único barbeiro que conheço que é feliz com o que faz), a cabeleira sempre desmotivava qualquer um que se aproximasse, desta forma a possibilidade de surpreender fica reduzida a cacos, especialmente quando falamos de pessoas da vadiagem, são sempre as mais difíceis de ganhar. Quanto à barba... porra!!! Foi uma péssima decisão, bye bye ao alternative look! Mas que raio de ideia, fazer a barba, já dava quase para prender canetas! Ter barba só por ter barba, ai está um modo de vida! Ora bolas!
Em suma, de fronha limpa, o que vou começar a fazer eu de diferente? Cheira-me que pouco...
Dizer pouco com muita palavra!
Até a umas horas atrás tinha a barba e o cabelo num estado que tem com toda a certeza uma denominação clínica, nos filmes já vi que este tipo de mudanças radicais tem significado, mas ainda não percebi a razão desta revolta. Espero que tenha razão, mesmo que a desconheça, para animar a festa, sinceramente esta party anda menos mexida do que esperava.
A festa de ser finalista, existe efectivamente uma distinção, por mais estúpida que seja, quem faz a distinção, em grande parte, espera que o sujeito finalista daqui a um ano se torne num super herói, alguém que consiga fazer tudo o que o sujeito distingador (uma palavra linda, que não existe) nunca, ou ainda não, chegou a fazer. Se calhar está tudo na minha cabeça, continuo um cidadão anónimo, mas com manias, deve ser isso, espero que seja isso.
O que interessa é que estou com menos cabelo e com a barba ausente! O que é grave. A cabeleira grande e despenteada sempre dava um look desgraçado, especialmente quando comparado com o corte à pivô de telejornal que recebi do senhor Victor ( o único barbeiro que conheço que é feliz com o que faz), a cabeleira sempre desmotivava qualquer um que se aproximasse, desta forma a possibilidade de surpreender fica reduzida a cacos, especialmente quando falamos de pessoas da vadiagem, são sempre as mais difíceis de ganhar. Quanto à barba... porra!!! Foi uma péssima decisão, bye bye ao alternative look! Mas que raio de ideia, fazer a barba, já dava quase para prender canetas! Ter barba só por ter barba, ai está um modo de vida! Ora bolas!
Em suma, de fronha limpa, o que vou começar a fazer eu de diferente? Cheira-me que pouco...
Dizer pouco com muita palavra!
quinta-feira, outubro 25, 2007
...
Estou cheio de títulos e sem um único texto. O costume, preciso de começar a preencher o espaço que está abaixo de todos os fantásticos títulos que descobri.
Cada vez mais duvido que encontre, nem sequer deve ser suposto, não é o lógico. Talvez faça sentido deixar todos a meio ou apenas escrever introduções, mas acho que devem acabar todos com três pontinhos. Sinceramente este é mais um desses, um título que sempre gostei e um texto vazio. Sinceramente até se aproxima do que gosto, coisas que existem só porque existem, parece sempre que tudo o que nos rodeia tem de ter sentido, mas porquê? Porque não podem existir coisas desprovidas de sentido, não é positivo gastar tempo com algo que apenas nos serve porque serve e não precisa de ter um significado ou um propósito. Eu tenho este amigo, este amigo é um bom amigo, este não existe (o que facilita a tarefa de ser bom amigo), a sua existência deve-se apenas a si próprio. Poder-se-ia dizer que me faz companhia nas horas vagas, mas não faz, apenas está, está sempre, é sempre indiferente…
Mais um disparate cortado pela hora de jantar, voltem sempre.
Devaneios infinitos…
Cada vez mais duvido que encontre, nem sequer deve ser suposto, não é o lógico. Talvez faça sentido deixar todos a meio ou apenas escrever introduções, mas acho que devem acabar todos com três pontinhos. Sinceramente este é mais um desses, um título que sempre gostei e um texto vazio. Sinceramente até se aproxima do que gosto, coisas que existem só porque existem, parece sempre que tudo o que nos rodeia tem de ter sentido, mas porquê? Porque não podem existir coisas desprovidas de sentido, não é positivo gastar tempo com algo que apenas nos serve porque serve e não precisa de ter um significado ou um propósito. Eu tenho este amigo, este amigo é um bom amigo, este não existe (o que facilita a tarefa de ser bom amigo), a sua existência deve-se apenas a si próprio. Poder-se-ia dizer que me faz companhia nas horas vagas, mas não faz, apenas está, está sempre, é sempre indiferente…
Mais um disparate cortado pela hora de jantar, voltem sempre.
Devaneios infinitos…
segunda-feira, julho 02, 2007
(mas que raio de tema)
o amor está repleto de momentos "lindos", "únicos" e todas essas tretas que se diz quando se está apaixonado. eu tenho um favorito. aquele mesmo antes do primeiro beijo. o tom cruise no "vanilla sky" cria mesmo uma técnica baseada nesse momento, "pleasure delay" (não sei se no "abre los ojos" também existe o mesmo conceito) , claramente sou profissional nessa técnica (mas não é esse o tema a tratar). o que precisamos para criar um momento desses duas personagens, sejam elas hetero, homo ou lesbo tanto faz, até pode ser com dois gafanhotos. um local pouco habitual para ambas as personagens, a beleza do local não tem qualquer relevância, a paixão dá uma pedra tão grande que ambas acham que aquele é o melhor sitio do mundo. muita paixão, tenha um dia de fermentação tenha vinte anos, isso também não interessa pois adrenalina de ter a certeza do que se irá passar nos próximos momentos é tão grande e tão rara que torna a experiência sempre incontrolável. as roupas, muito importante, as roupas, são elas que nos fazem criar a conversa, pois durante o tempo todo da "dança de acasalamento" toda a gente fala com o corpo e ouve com os olhos e raramente a comunicação é sonora, a forma como cada uma das personagens enrola o fio que está a sair da camisola ou massaja as mangas da camisa é a conversa. algo muito apreciado (excepto pelo autor do blog, sabe quem o conhece) a invasão do espaço intimo por horas infidáveis, durante o tempo todo do quase beijo não se pode estar a mais de 2cm de distância, afinal de contas está quase. finalmente... a certeza do que queremos, este é o ingrediente mais difícil de arranjar, das duas uma ou é tudo muito estúpido para ter sempre a certeza do que quer ou muito medroso para se decidir, no entanto a certeza do que queremos é o que nos leva a ter a certeza do que iremos fazer, o que fazemos é o que acontece... sempre, nunca falha, o que fazemos é o que acontece.
notas:
estou doido!
não estou apaixonado, mas durante esta fase de estudo tenho notado que o amor está no ar tal como os exames.
desisti das letras maiúsculas porque acho que nunca irei escrever de uma forma bonita, portanto talvez consiga fazer um bloco de texto de esteticamente agradável retirando as letras grandes.
o texto está mesmo muito mal escrito, mas estou em exames e com muita vontade de falar de outras coisas, mas sem genica para escrever
notas:
estou doido!
não estou apaixonado, mas durante esta fase de estudo tenho notado que o amor está no ar tal como os exames.
desisti das letras maiúsculas porque acho que nunca irei escrever de uma forma bonita, portanto talvez consiga fazer um bloco de texto de esteticamente agradável retirando as letras grandes.
o texto está mesmo muito mal escrito, mas estou em exames e com muita vontade de falar de outras coisas, mas sem genica para escrever
Mais coisas...
O Saramago diz que é um crime escrever sem ter nada para dizer... eu digo que pode ser que lhe caia o Nobel em cima da tola... ou mesmo que descubra que tem o mesmo nome do meu professor de Análise Matemática e venha ter uma conversa com ele sem pontuação.
coisas...
O que me aflige e o que aflige o mundo já não estão em sintonia como antes estiveram...
Já estiveram portanto sei que é possível voltarem a estar. Quando o voltar a conseguir tudo se irá tornar mais simples, terei seis biliões a ajudar-me com o meu problema pessoal.
Está na altura de confessar que... são poucos os que se interessam, é natural, apenas eu tenho o problema. Não falo de problemas práticos como a velhinha Matemática ou a ausência absoluta de prazer em estudar o que me obrigo diariamente a estudar. Estou a falar no panorama geral, a velhinha questão, "o que vou eu fazer à minha vida?"... Cheira-me a muito disparate, vou deixar este por aqui e começar outro já, ou daqui a uns meses...
Já estiveram portanto sei que é possível voltarem a estar. Quando o voltar a conseguir tudo se irá tornar mais simples, terei seis biliões a ajudar-me com o meu problema pessoal.
Está na altura de confessar que... são poucos os que se interessam, é natural, apenas eu tenho o problema. Não falo de problemas práticos como a velhinha Matemática ou a ausência absoluta de prazer em estudar o que me obrigo diariamente a estudar. Estou a falar no panorama geral, a velhinha questão, "o que vou eu fazer à minha vida?"... Cheira-me a muito disparate, vou deixar este por aqui e começar outro já, ou daqui a uns meses...
domingo, junho 03, 2007
Não tenho grande coisa para contar. Durante estes periodos de trabalho intenso de faculdade, a minha cabeça fica vazia.
Enquanto tomo banho de manhã continuo a pensar/imaginar o futuro, penso sempre que o amanhã é um reflexo de hoje e tento encontrar boas razões para fazer com que o hoje seja melhor que o ontem. A depressão académica continua a fazer das suas e a levar-me bocados, cada vez mais nestes momentos me sinto menos eu e mais uma criação do instituto, afinal de contas é esse o objectivo desta educação, transformar-nos, tornar-nos adultos capazes de realizar o que imaginamos. Não percebo este objectivo, quando era mais novo imaginava mais, tentava mais, provavelmente também me via mais limitado... mas não estava perturbado por ter pessoas à minha volta que se sentem bem a serem inseridas no sistema... o sistema... maldito sistema! Odeio o sistema! Tenho problemas com o sistema, suspeito que seja inveja. Gostava que o sistema não tivesse oferecido o que ofereceu até hoje, as idas ao espaço, as curas para as doenças, a passagem do conhecimento. Preferia que não existisse sistema mas sim caos e que daí aparecessem todas essas criações, no entanto parece estar provado (ou assim me ensinaram) que o caos apenas cria mais caos e desespero. No entanto, o caos parece-me mais proximo do que é ser humano, a mistura onde nimguem se entende mas que permite que todos nos toquemos. Imaginemos dois quadros, um organizado, mecanico, limpo e funcional, outro com todas as cores misturadas, sem padrões e orgânico.
Eu obviamente prefiro o caótico! Mas e tu? Podes sempre pintar um terceiro!
Dificilmente saberão responder a esta pergunta depois de ler isto, mas pensem nisso, caos e sistema. Saiam um dia das obrigações só porque sim e vão fazer o que vos sempre apeteceu, intependentemente de ser produtivo ou não, o que interessa é destabilizar!
Eu entretanto vou contribuir para o sistema.
Enquanto tomo banho de manhã continuo a pensar/imaginar o futuro, penso sempre que o amanhã é um reflexo de hoje e tento encontrar boas razões para fazer com que o hoje seja melhor que o ontem. A depressão académica continua a fazer das suas e a levar-me bocados, cada vez mais nestes momentos me sinto menos eu e mais uma criação do instituto, afinal de contas é esse o objectivo desta educação, transformar-nos, tornar-nos adultos capazes de realizar o que imaginamos. Não percebo este objectivo, quando era mais novo imaginava mais, tentava mais, provavelmente também me via mais limitado... mas não estava perturbado por ter pessoas à minha volta que se sentem bem a serem inseridas no sistema... o sistema... maldito sistema! Odeio o sistema! Tenho problemas com o sistema, suspeito que seja inveja. Gostava que o sistema não tivesse oferecido o que ofereceu até hoje, as idas ao espaço, as curas para as doenças, a passagem do conhecimento. Preferia que não existisse sistema mas sim caos e que daí aparecessem todas essas criações, no entanto parece estar provado (ou assim me ensinaram) que o caos apenas cria mais caos e desespero. No entanto, o caos parece-me mais proximo do que é ser humano, a mistura onde nimguem se entende mas que permite que todos nos toquemos. Imaginemos dois quadros, um organizado, mecanico, limpo e funcional, outro com todas as cores misturadas, sem padrões e orgânico.
Eu obviamente prefiro o caótico! Mas e tu? Podes sempre pintar um terceiro!
Dificilmente saberão responder a esta pergunta depois de ler isto, mas pensem nisso, caos e sistema. Saiam um dia das obrigações só porque sim e vão fazer o que vos sempre apeteceu, intependentemente de ser produtivo ou não, o que interessa é destabilizar!
Eu entretanto vou contribuir para o sistema.
quinta-feira, abril 12, 2007
segunda-feira, março 26, 2007
Choices...
Burn your dreams! Alguém terá dito, mas ainda não sei quem.
Será? É esse próximo passo? No trainspoting um jovem Ewan Macgregor absolutamente agarrado às drogas e ao divertimento que elas lhe proporcionavam, ao preparar-se para "spotar" mais um "train", provavelmente o último, adverte-nos para a escolha apropriada...
"Choose Life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol, and dental insurance. Choose fixed interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisurewear and matching luggage. Choose a three-piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who the fuck you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing, spirit-crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing your last in a miserable home, nothing more than an embarrasment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life."
Um lugar-comum, bem sei. Um lugar-comum com que me deparo todos os dias, não por causa das drogas ou por estar atado a um linha férrea, mas porque sim. Porque como sempre escolhi, continuo a escolher o caminho que não estou a fazer, prefiro tudo o que não tenho, mais uma vez... estou como o António, "Estou além". Mas não me conformo, a falta de jeito, o desagradável que é estar onde se quer e como se quer não me o permite, a escolha acertada de ser quem se tem jeito de ser. No entanto o futuro apróxima-se, cada vez mais, de resto já o sinto, na escola, nas pessoas, nos amigos, na família, no ar enfim... no espaço. Começa a chegar a hora de decidir, mais uma vez, a decisão não é complicada, por ser tão óbvia é que fica difícil, a escolha acertada, seja ela qual for, não vai ser a minha. Já percebi que tenho pessoas à minha volta que já fizeram essa escolha à muito, provavelmente custou-lhes tanto como a mim (se bem que nunca escreveram abstractamente sobre isso), algumas estão a decidir agora, "has I write", em conjunto, em solitária, de olhos fechados, de braços abertos, a gritar e espernear, sem perceber, não sei... algumas iram fazer a escolha errada, outros a acertada, a partir daí é andar em frente até à proxima casa!
A grande questão fica-se por o que é conformismo e o que é a perseguição de um desejo? Supostamente o amor também tem destas coisas, mas isto não é o amor, é a vida. Há altos e baixos, dias em que estamos a fazer a melhor coisa do mundo (absolutamente raros) e dias em que estamos no único lugar onde não pertencemos. Sejam perfeitos ou não, os dias sucedem-se, e sinceramente este comboio não para, felizmente ainda não é o dia de decidir, mas... e quando for?
Choose life? ou Choose a mindless and ignorant, american movie made DREAM?!
Será? É esse próximo passo? No trainspoting um jovem Ewan Macgregor absolutamente agarrado às drogas e ao divertimento que elas lhe proporcionavam, ao preparar-se para "spotar" mais um "train", provavelmente o último, adverte-nos para a escolha apropriada...
"Choose Life. Choose a job. Choose a career. Choose a family. Choose a fucking big television, choose washing machines, cars, compact disc players and electrical tin openers. Choose good health, low cholesterol, and dental insurance. Choose fixed interest mortgage repayments. Choose a starter home. Choose your friends. Choose leisurewear and matching luggage. Choose a three-piece suite on hire purchase in a range of fucking fabrics. Choose DIY and wondering who the fuck you are on a Sunday morning. Choose sitting on that couch watching mind-numbing, spirit-crushing game shows, stuffing fucking junk food into your mouth. Choose rotting away at the end of it all, pishing your last in a miserable home, nothing more than an embarrasment to the selfish, fucked up brats you spawned to replace yourself. Choose your future. Choose life."
Um lugar-comum, bem sei. Um lugar-comum com que me deparo todos os dias, não por causa das drogas ou por estar atado a um linha férrea, mas porque sim. Porque como sempre escolhi, continuo a escolher o caminho que não estou a fazer, prefiro tudo o que não tenho, mais uma vez... estou como o António, "Estou além". Mas não me conformo, a falta de jeito, o desagradável que é estar onde se quer e como se quer não me o permite, a escolha acertada de ser quem se tem jeito de ser. No entanto o futuro apróxima-se, cada vez mais, de resto já o sinto, na escola, nas pessoas, nos amigos, na família, no ar enfim... no espaço. Começa a chegar a hora de decidir, mais uma vez, a decisão não é complicada, por ser tão óbvia é que fica difícil, a escolha acertada, seja ela qual for, não vai ser a minha. Já percebi que tenho pessoas à minha volta que já fizeram essa escolha à muito, provavelmente custou-lhes tanto como a mim (se bem que nunca escreveram abstractamente sobre isso), algumas estão a decidir agora, "has I write", em conjunto, em solitária, de olhos fechados, de braços abertos, a gritar e espernear, sem perceber, não sei... algumas iram fazer a escolha errada, outros a acertada, a partir daí é andar em frente até à proxima casa!
A grande questão fica-se por o que é conformismo e o que é a perseguição de um desejo? Supostamente o amor também tem destas coisas, mas isto não é o amor, é a vida. Há altos e baixos, dias em que estamos a fazer a melhor coisa do mundo (absolutamente raros) e dias em que estamos no único lugar onde não pertencemos. Sejam perfeitos ou não, os dias sucedem-se, e sinceramente este comboio não para, felizmente ainda não é o dia de decidir, mas... e quando for?
Choose life? ou Choose a mindless and ignorant, american movie made DREAM?!
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