quarta-feira, janeiro 18, 2006

Crises habituais...


-Mais uma vez, a questão da semana é... serei atrasado mental? Definitivamente, parece-me que sim. Porquê? Perguntam-se os raros leitores deste blog em decomposição, porque daqueles famosos 10% que o nosso cérebro utiliza, eu uso 1/5, por outras palavras sou anormal. Como se não bastasse ser essa a percentagem de cérebro que tenho activa, a parte activa resume-se ao bocado do cérebro responsável por ver e maioritariamente criar situações imaginárias, mas apenas no meu subconsciente, que por vez trata de enviar impulsos para o resto do meu corpo como o que se estivesse a passar fosse real. Ora bem... cá vai a história de hoje, que como todas as histórias que aparecem por aqui não têm qualquer lógica ou interesse, de resto quem se dedicar a ler este pequeno conto, o tempo que perder não irá ser possível de reaver, sendo esse espaço verdadeiramente inútil e até em alguns casos, mau. Tenho um exame daqui a três semanas, como este ano me decidi empenhar e mostrar à família como a questão da percentagem de cérebro que utilizo é real, cheguei à conclusão que o melhor era cortar com tudo o que possa gostar e dedicar-me única e exclusivamente a algo que me deixa completamente deprimido, estudar. Seguindo esta linha de pensamento e já tendo em conta que até mereço não apanhar uma depressão valente, tenho passado grande parte do tempo de estudo a estudar no centro comercial em frente a minha casa, assim o estudo sempre é alternado com os triliões de vidas que um centro comercial contem e mostra e com a presença esporádica de alguns amigos. -Hoje, tal como ontem e antes de ontem, fui estudar para o tal centro comercial, depois de algumas horas de estudo, aparece a namorada de um dos meus amigos de infância, ela também amiga de infância, acompanhada pela a irmã de uma amiga do secundário da minha irmã mais nova, uma rapariga gira e também provavelmente demasiadamente nova, cumprimentam-me e em resposta, como sempre faço, solto um grunhido, algo do género "humpfmrm", que em linguagem Duarte significa mais ou menos, "Olá! Então tudo bem? A família? Cão? Gato? e etc... Tudo na boa?", claro que disto apenas fica o "Olá" como compreendido, mas como a personagem principal já me conhece à muito não alongou muito a conversa, provavelmente pensado, "continua mal educado", ou ainda mais erradamente, "coitadinho está tão concentrado a estudar". Seja como for ela e a sua amiga gira lá se foram sentar numa das três mil mesas da zona de restauração do centro comercial. Aqui é preciso fazer o ponto da situação relativamente a que são raparigas giras para mim, tudo o que não tenha bigode e possa usar saias, ou pelo menos próximo disso, veja-se a minha situação, eu ando numa faculdade onde existem mais ou menos 5% de raparigas (voltando às percentagens) e embora para engenheiras estejam todas dentro da média, para pessoas é outra conversa, agora passo a maior parte do meu tempo num centro comercial, onde como devem imaginar já não vejo pessoas mas sim matérias de estudo, pois grande parte estão constantemente a repetir-se, as poucas pessoas que são novas ao serviço, são consideras como pessoas, ou seja, uma rapariga gira entende-se como, alguém que não me lembre exames, mas neste acaso a pobre da miúda até é gira. Continuando, após este encontro deveras interessante continuei a tentar estudar, mesmo que a minha cabeça estivesse constantemente a ver se percebia a razão daquela associação, amiga de infância, irmã da amiga da minha irmã mais nova, pois são essas as coisas que me entretêm verdadeiramente, seja como for, olhava para os livros como se a minha cabeça fosse capaz de decifrar toda aquela matéria de base de dados escrita pelo inglês mais erudito de toda a França! Sublinhando tudo o que a minha mão mandasse pois a minha cabeça já lá ia, a fazer longas metragens de onde tinha começado aquela amizade e qual o ponto de encontro entre estas duas personagens. Nisto chega mais uma rapariga, esta também gira e igualmente nova demais, mas esta já eu tinha visto varias vezes, de resto a pobre miúda já tinha calhado em algumas conversas sobre raparigas que se destacavam na zona, com os meus camaradas de dolce fare niente, conversas de homens à antiga, nada de muito bonito nem orgulho. Seja como for visto o panorama, o desinteresse no estudo tornou-se total e absoluto, a mesa apenas a uns metros de distância tornava-se muito mais interessante, bem que tentava ouvir o que se passava do que se falava, mas aparentemente os meus ouvidos no caso daquele centro comercial apenas conseguem sintonizar a frequência da rádio de alta qualidade que passa todos os dias naquele sitio, claro que como é obvio continuava a fazer os gráficos todos de relações possíveis entre aquelas três personagens daí facilmente saltamos para os géneros musicais preferidos, filmes, livros, hábitos alimentares, enfim... tudo o que me lembrei, alguns decepcionantes (como não poderia deixar de ser), outros interessantes (mas raramente surpreendentes, visto ser eu que chegava às conclusões com base em nada). Mesmo com tudo isto ainda me esforçava por estudar mais um pouco, repetia incessantemente, Base de dados é mais interessante que relações sociais, mas não, não é, sejamos honestos, base de dados é uma seca quando comparado com os mistérios das conversas das raparigas, ou mesmo com outra coisa qualquer, base de dados é uma seca e relações sociais sob o ponto de vista empírico não (bonito!).
-No meio disto chega mais uma personagem da minha infância uma rapariga casada, com uma personagem dos morangos com açúcar que nunca tinha visto, cumprimenta-me e leva com o mesmo tratamento da amiga anterior, "humpfmrm", como me conhece decide da mesma forma não alongar a conversa, junta-se à mesa, agora a mesa ainda fica mais interessante, visto haver duas personagens que conheço bem, e três que não faço ideia de quem são, ainda melhor quando se realiza que uma das personagens é provavelmente uma das pessoas mais destravadas que conheço, a vida é um carrinho de rolamentos e nós vamos descer o evereste, este género de loucura.
-Bem e eis que é chegado o momento da decisão lógica e racional, chega o namorado da primeira amiga que chegou, cumprimenta-me, levando com o tratamento habitual, "humpfmrm", mas como me conhece e percebe todo o sentido desta maravilhosa, lógica e sintetizada frase, fica à conversa, no meio da conversa pergunta, "junta-te a nós ali na mesa", a que eu logicamente respondo, "não. tenho de estudar". Ora bem! Eu recuso o convite para algo que andava ansiar ouvir desde à pelo menos 1/2 hora, como se isso não bastasse, possibilidade de travar amizade com umas raparigas giras e tal... e decido que é naquele momento que tenho de estudar.
-Se alguém descobrir alguma associação onde distribuam cartões de atrasado mental, preciso de um ou dois.

1 comentário:

Anónimo disse...

"Aqui é preciso fazer o ponto da situação relativamente a que são raparigas giras para mim, tudo o que não tenha bigode e possa usar saias, ou pelo menos próximo disso, veja-se a minha situação, eu ando numa faculdade onde existem mais ou menos 5% de raparigas (voltando às percentagens) e embora para engenheiras estejam todas dentro da média, para pessoas é outra conversa, agora passo a maior parte do meu tempo num centro comercial, onde como devem imaginar já não vejo pessoas mas sim matérias de estudo, pois grande parte estão constantemente a repetir-se, as poucas pessoas que são novas ao serviço, são consideras como pessoas, ou seja, uma rapariga gira entende-se como, alguém que não me lembre exames, mas neste acaso a pobre da miúda até é gira."

Esta frase está especialmente extra longa! =P

E a foto está fixe. ;)

Um leitor.

PS. Ah! E a juntar a isto, há também todas aquelas conversas imaginárias que fazemos (eu faço) com essas raparigas giras. Mas depois quando estamos com elas (se alguma vez estamos) nunca ultrapassa um "Olá!", "Tudo bem?" e "Adeus".

Somos meninos.