A cidade anda mais depressa, muito mais, é uma daquelas imagens que se vêem de vez em quando nos videoclips, desfocadas, escuras, onde apenas se identificam as luzes dos carros e sempre, sempre em fast foward. À mesma velocidade são tomadas decisões que levaram uma vida inteira a construir, baseadas em princípios e regras que muitas vezes... sempre, tentamos quebrar e nunca conseguimos, está no nosso código, no ADN. As decisões mais sólidas são tomadas para dentro, muitas vezes sem sequer pedirem o nosso consentimento, são tomadas por causa de uma acção rápida, um olhar, um toque, um pequeno movimento, uma palavra, um som e... todos os anos que nos levou a crescer, todas as regras que sentimos a desenvolverem-se connosco, todos os princípios com que nos educaram, todas as imagens que vimos, foram postas em causa para tomar uma nova decisão. Tudo isto, para mais uma vez cairmos no habitual erro, de não sair do standard, de voltar a fazer tudo o que os nossos pais, família, regras, princípios, ideais, sempre nos mostraram que iríamos fazer, para que todo esse conjunto de dogmas que não nos permitem ver o mundo com os olhos do companheiro do lado, volte a sair mais forte. Não se trata de mais uma frustração, nada disso, trata-se sim do obvio, daquilo que alguns se recusam a acreditar, não passamos de meras maquinas, sofremos pequenas mutações mas raramente algo que faça toda a diferença, talvez alguns saiam do espectro do seu próprio standard, Leonardo Da Vinci, Galileu, Pitágoras, figuras únicas que se destacaram por esta ou por outra razão, por terem arranjado maneira de espreitar o que diziam não fazer sentido, o impossível. O impossível que gostava de descobrir não diz respeito a números, nem desafia as leis que dizem ser da física, implica pessoas. Gostava de saber porque, embora não nos vistamos todos de cinzento, porque acabamos todos por nos vestir como os nossos pais por mais que o combatamos, porque somos iguais se todos nós dizemos que não é assim que queremos ficar, queremos mais, queremos melhor, queremos ver o que eles nunca viram porque sabemos o que é, só não percebemos como vamos ficar a ver o que os anos que vivemos não nos deixa.
Mais um grupo de frase complicadas para problemas simples. É o delírio!

Sitios onde não se pensa nestas coisas...
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