terça-feira, fevereiro 14, 2006

Aprendendo em São Valente...

Mais uma vez dia dos namorados.
Claro que o cromo que escreve este texto anda desamparado e pede, a quem quiser dar, uma namorada. Aprendi isto ontem, com um escritor, num documentário, chama-se Luiz Pacheco. De resto esta minha condição de não ter namorada possibilita-me, apanhar grandes secas, mas também aculturar-me com coisas que não interessam a ninguém, excepto a uns quantos intelectuais, que julgam ser obrigação conhecer figuras diferentes e com novos pontos de vista (neste caso aparentemente pouco lúcidos, mas provocadores), pois tudo o resto já conhecem ou desconhecem, porque conhecem o suficiente, para não se interessar em conhecer coisas assim. Esta condição de solitário, à qual já estou habituado e mais importantemente gosto, só ontem permitiu-me ficar a conhecer um pouco de três pessoas e dois trabalho, que provavelmente a partir de hoje irei associar para sempre com o que quero e não quero fazer. Para satisfazer a curiosidade, as figuras tratam-se de, Agostinho Silva, que foi uma boa surpresa ao fim da noite descobrir que eu não estou doido e que existem pessoas letradas que partilham alguns pontos de vista semelhantes aos meus, Luiz Pacheco, de quem não fiquei a gostar porque não fui educado para me dar bem nem com a provocação nem com a selvajaria mas que afinal de contas há algo que me diz que sempre o quis conhecer para me desafiar, o senhor que diz adeus, o homem com despedir mais triste de toda a Lisboa. Os trabalhos, foram de longe os que mais me emocionaram, afinal de contas é para isso que servem, "Lisboa, cidade triste e alegre", acho difícil tão cedo voltar a encontrar alguém que me explique o que era Lisboa antigamente, "Falta-me", este não se pode contar só se pode ver mas obriga a imaginação a trabalhar quando o filme acaba.
Infelizmente, não estou aqui para contar a história de outros, provavelmente não as contaria bem, relataria o que eu aprendi e além disso, este é um blog egocêntrico, é para o meu umbigo. Voltemos ao tema, São Valentim, as namoradas, o tempo que ocupam e a raiva que consome todos os solitários do mundo em existir um dia em que se festeja os casais e não os solitários...
Bem a história é essa, vou sair para ir buscar o casal que me criou...

1 comentário:

António Ferrão disse...

ah grande Luiz Pacheco.. li um livro dele e fiquei reaalmente impressionado com a falta de preconceitos que esse senhor apresenta para a idade que carrega..

o-homem-que-diz-adeus.. companheiro de noites e noites entre o ist e olha-as-flores

agostinho, nao conheço! tenho tempo.. ja nem sequer ta de chuva la fora