Vou me é calar e ver se consigo desencantar outro João que goste de Smints, que é menos filosófico.

Coimbra, na semana passada.

-Acordei às seis da manhã, liguei o rádio, uma musica suave e animada fez me sair da cama. Preparei o meu pequeno almoço, ainda estava escuro lá fora e os meus olhos não estavam com vontade de abrir para perceber que embora andasse de pijama pela casa sem frio, lá fora, todos andavam bem agasalhados e o céu ameaçava com chuva, com a taça de cereais e os pés descalços, fui à varanda, cumprimentar o fato de surf e ver se tinha secado durante a noite que tinha sido congelante, estava frio, mas seco, pendurado pelo cabide preto nos suportes das cordas onde a minha mãe pendura as roupas molhadas da maquina de lavar. Peguei no fato pelo cabide e pendurei-o ao ombro para o levar para dentro, no chão ao pé da porta da varanda estava a minha mochila de praia, cheia de manchas sal e areia que revelam bem os cinco anos de surfadas que assistiu, arrumei o fato no saco e deixei a taça de cereais na cozinha, pelo caminho retirei um saco do pingo doce do monte de sacos que a minha mãe guarda com medo que qualquer dia seja preciso um e não exista, guardei-o na mochila. Pousei a mala no chão do quarto sem me preocupar com a quantidade de areia que irá deixar, vesti-me com as roupas que encontrei no chão da noite anterior, a cheirar mal e amarrotadas da noite anterior. Peguei na prancha de bodyboard e pés de pato e saí. Quando saí a porta do prédio senti o frio matinal, misturado com a humidade das chuvas da noite, olhei para o céu que parecia ter aberto um pouco, fui para o carro. O velho Polo, sujo e mal tratado pelos variados donos que teve, mas resistente, abrir o porta-bagagens para arrumar a tralha que trouxe de casa comigo, entrei no carro e arranquei. Fui para a marginal com o rádio ligado, ainda tocavam as musicas suaves e animadas com que acordei, o sol estava ainda a nascer mas já a marginal estava viva, muitas pessoas espreitavam curiosas para dentro do carro, que tinha a prancha no banco de trás, imaginando que sou louco para ir para a água com este frio, ou talvez invejando-me por puder ir para a água com este frio. Eu ia tentado não me distrair muito da estrada enquanto tentava perceber como estaria o mar olhando para as pequenas ondas que quebravam ao longo da estrada, percebi que iria estar bom, só não sabia se o vento estaria a cooperar para estar clássico, à medida que me ia aproximando da minha praia de eleição, Carcavelos, ia sentindo um pequeno tremer no estômago que me dá sempre que estou ansioso ou nervoso por algo. Passando por Carcavelos, vejo que as minhas melhores expectativas, confirmam-se. Apresso-me por chegar ao parque de estacionamento onde paro sempre, o que me obriga a percorrer a praia toda para chegar a uma rotunda onde volto para trás uns metros para estacionar, o parque onde paro normalmente, não tem muita gente no Inverno, e dá para ver bem toda a praia. O mar estava perfeito, sets de metrão, com um vento offshore que penteava e alisava as ondas, apenas cinco pessoas na água. Apressei-me a vestir o fato e enquanto despia a roupa abria o porta-bagagens, a pressa e ansiedade era tanta que as nem dava pela confusão que fazia para realizar estas tarefas rotineiras. Aqueci, corri, estiquei os músculos, tarefa que faço sempre com todo o esforço, pois já fui vária vezes castigado com duras cãibras por não levar o aquecimento a sério. Entrei. Corri para o mar levantando os pés bem alto, para não tropeçar nos pés de pato, como não prestei atenção a quando entravam os sets, claro que recebo como recompensa um dos maiores sets do dia enquanto tento passar a rebentação, quando chego ao outro lado o mar está calmo e pelo lineup apenas passam uns montes lisos e perfeitos que uns metros à frente se transformam numa rebentação cheia de espuma. Tento apanhar a primeira onda. Mal avisto o set espero pelo o monte com melhor aspecto, dou um patadas com os pés de pato e a onda pega em mim, sinto a força da onda e empurro a prancha para baixo de forma a deslizar a onda, quando chego ao bottom, faço força para encaixar um pouco acima do centro da onda, desacelero pondo o pé de pato dentro de água, o lip cai, quando reparo, já a onda vai lá à frente e eu estou dentro do tubo, ouço o ecoar da onda a rebentar e sinto o ar mais fresco, grito, a adrenalina é demasiada para o meu corpo a conter, lá à frente percebo que a onda vai fechar, faço peso na frente da prancha, que acelera e viro para fugir ao fechar da onda, é a primeira onda e o primeiro tubo, a primeira de muitas que se seguiram, tubos, rollos, 360º e aéreos.
-É a manhã perfeita, para mim, claro que pode ser melhorada e não é ambiciosa, podemos ter a namorada ao lado quando acordamos, podemos estar num pais tropical, ou viver numa casa num local inóspito, mas com o que tenho agora, as poucas manhãs que passei assim foram perfeitas...
a perfeição não é obrigatoriamente exigente.
Gérard CASTELLO LOPES
Carcavelos em 1956
P.S.: Não ficou muito bem escrito, acho que não consegui transmitir o que queria, mas daqui a uns textos pode ser que volte a descrever uma manhã perfeita.
-Como nunca leio, decidi tirar um dos livros da biblioteca da minha faculdade e começar a ler. O livro fala sobre a vida do Richard Stallman. Não o escolhi ao acaso, escolhi-o porque tenho algum gosto em descobrir mais sobre esta personagem, o senhor Stallman é um dos heróis da informática, como todos os heróis é adorado por uns e odiado por outros, a informática tem a grande vantagem de ter grande parte dos seus heróis vivos e de boa saúde, algo que se raramente se passa noutras áreas, este senhor já chegou até a dar uma palestra na minha faculdade, mas como é obvio não consegui estar presente e quem foi, só conseguiu retirar da palestra, para me contar, o que não me interessava. Logo espero que o livro possa curar esta pequena falha que tive e também acrescentar algumas novas ideias ao meu pequeno e sobrecarregado cérebro.
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Richard Stallman é uma espécie de comunista da informática, infelizmente não tenho à vontade suficiente para estar a enunciar nomes de comunistas com quem possa equiparar o Stallman, mas qualquer um que tenha escrito leis revolucionárias serve. A razão pela qual considero o Stallman um comunista é simples, este foi o criador dos copyleft e dai o inicio do opensource, o que é o copyleft? o que é o opensource? O copyleft é o contrario do copyright, ou seja, são regras criadas de forma a proteger quem queira alterar certo programa informático, em vez de proteger quem cria o programo, protege quem o quer alterar dando-lhe a obrigação de se tornar o dono programa após o ter modificado e incentivando o utilizador. Mas porque criar um programa protegido por regras que não fazem do seu criador um Deus absoluto sobre o seu trabalho (afinal de contas quem teve a maior parte do trabalho foi ele)? Esta é uma pergunta lógica (o próprio Bill Gates a fez), que muita gente faz. A resposta é simples, permitir a evolução rápida do programa. Um programa abrigado por estes direitos é um chamariz para quem realmente gosta de trabalhar com computadores, pois tem a possibilidade de adaptar um programa que lhe pode ser útil a si, fazendo com que seja muito mais útil do que qualquer programa proprietário (programas desenvolvidos por empresas privadas). As pessoas que consideram isto lógico, foram quem impulsionaram o movimento opensource, este movimento tem como base estas regras do copyleft e já tem milhares de "filhos" do opensource, o mais famoso é o linux. O linux é um sistema operativo como o windows, mas tem a particularidade de ser gratuito e aberto, ou seja qualquer simples utilizador pode por e simplesmente modificar o modo como este sistema operativo funciona, ou mesmo criar um sistema operativo modificando algumas linhas de código do antigo, sem ter de dar contas a ninguém, isto é o opensource.
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Porque digo que o Stallman é uma espécie de comunista informático? O Stallman tem tentado desde à muito tempo mostrar que é possível ter um computador a funcionar (legalmente) com software especifico para a empresa que o deseje, sem gastar muito dinheiro além do do preço do computador, além disso com a vantagem de fazer evoluir o programa para se especializar para a empresa que o utilizar, tudo isto sem que se gaste dinheiro.
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Sinceramente acho que não me consegui explicar, não consegui bem dizer o porquê de achar o Stallman um comunista informático. Compare-se o Portas e o Jerónimo de Sousa, sendo o Portas o Bill Gates e o Jerónimo de Sousa o Stallman, o Jerónimo de Sousa está cheio de boas intenções, dividir o dinheiro por todos, por o patronato e o trabalhador com direitos muito parecidos, o Portas é mais duro e tem mais apoio, um trabalhador é um trabalhador e um patrão é um patrão, o dinheiro vai para quem o realmente merece.
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Seja como for, o objectivo desta conversa toda era dizer que, ando a ler o livro mas à medida que vou avançando vejo cada vez mais vantagens em não seguir a ideologia do Stallman, pois são idealistas mas dificilmente me iram pôr o jantar na mesa quando for preciso. Tenho pena que assim seja, pois fazer do planeta um parlamento gigante onde até os mais pequenos têm direito a falar parece bastante mais lógico/divertido/justo que ter pontos onde se cria ideias que nunca de lá saem a não ser que se pague por elas.
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A imagem só cá está para exprimentar.
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