Há muitos anos atrás li o diário de "O Diário Secreto de Adrian Molle aos 13 anos e ¾", desde ai que quero ser intelectual.
Estive muito próximo de o conseguir ser passados poucos anos depois, mas quando se tem 15 anos também não custa muito. Infelizmente este meu desejo não se manteve até hoje, mesmo tendo praticamente desaparecido, após um rigoroso e complicado processo de estupidificação.
Parece que o Salvador Dalí (já ele delirava bastante e eu penso seriamente em seguir os seus passos) considerava que todos os bons artistas (“artista” é uma palavra sem graça nenhuma) tinham de ser “quanto baste” de estúpidos. Eu acho que ele tem razão, tanto por razões técnicas, como por razões intelectuais. Estranhamente à medida que vou avançando para o final do meu curso de engenharia (um curso para malta inteligente e que não liga intelectualidades excepto se estas se traduzirem em zeros e uns) mais me apercebo do quanto este pintor tinha razão. Posso mesmo acrescentar, qualquer bom artífice seja ele engenheiro, escritor, pintor, ou caixa de uma qualquer loja de produtos de fraca qualidade mas vendidos a preços desagradavelmente altos, tem de ser bastante estúpido, afinal de contas só assim se marca a diferença. Isso leva-me a crer que estou no bom caminho, se bem que bastante incompreendido.
Com tudo isto cheguei à conclusão que, intelectualidade e estupidez embora possam viver em harmonia, dificilmente podem ser ambas de alto nível, além disso, gente culta é muito interessante para quem é estúpido e gente estúpida é muito gira para quem é culto.
Depois deste meu ultimo parágrafo há que distinguir dois substantivos, cultura e inteligência, pois embora andem de mãos dadas, em nada se relacionam e ambos são grandes inimigos da estupidez. Por um lado a inteligência, com todas as suas aplicações práticas e simplicidade úteis. Por outro a cultura, com todo o seu conhecimento e previsões bem estudadas. Sinceramente nenhuma delas me dá muito jeito. Prefiro ser estúpido. As razões são infinitas, senão vejamos, sendo estúpido tanto quem é inteligente como quem é culto me interessa e tem algo a acrescentar para a minha pessoa. Mais importante ainda, já conheceram alguém que fosse estúpido e não fosse feliz, claro que podem dizer, “mas essa pessoa não sabe o que é sabe ser feliz”, eu digo, “sabe sim!”, já ouvi tanta história de gente estúpida feliz, claro que quem é estúpido sofre sempre algumas consequências que quem não o é não sofre, no entanto, quem é inteligente não é capaz de sofrer mais ainda? Afinal de contas é suficientemente inteligente (caramba o processo de estupidez está mesmo a funcionar, todas as vezes que escrevi inteligente escrevi com erros ortográficos) para perceber como seria estúpido não estar preocupado com algo, ou mesmo a sofrer com algumas das coisas que se passam sempre à nossa volta.
Será esta uma desculpa para a minha estupidez? Não. A minha estupidez não tem desculpa, é propositada.
P.S.: Para reabrir a época bloguista com mais um delírio em grande (e extenso).
terça-feira, outubro 31, 2006
terça-feira, junho 27, 2006
...
Cheira a mofo aqui dentro.
Há recomendações do que fazer? É isso que preciso claramente, recomendações. Mas por favor, não as recomendações habituais, aquelas que ouvimos na televisão, nos anúncios e no cinema. Preciso de recomendações que nunca tenha ouvido. Só essas é que me vão dar jeito. Não se preocupem com a conformidade com o titulo, visto não existir titulo não existe conformidade possível...
Só para dar um sinal de vida.
Há recomendações do que fazer? É isso que preciso claramente, recomendações. Mas por favor, não as recomendações habituais, aquelas que ouvimos na televisão, nos anúncios e no cinema. Preciso de recomendações que nunca tenha ouvido. Só essas é que me vão dar jeito. Não se preocupem com a conformidade com o titulo, visto não existir titulo não existe conformidade possível...
Só para dar um sinal de vida.
quarta-feira, maio 10, 2006
...
"Have you love enough..." grita Peter Franti e os Spearheads no mp3 legal, carregado do archive.org. Vejo os meus amigos no Hi5, onde lhes é permitido ainda dizer mais asneirada que eu neste estupido blog. Estudo ao mesmo tempo que trabalho em linux, enquanto faço mais um estupido trabalho de Analise e sintese de algoritmos. Desprezo os acentos por estar sem paciencia nenhuma para carregar no shift ou em qualquer outra tecla que nao adiante algo neste texto.
O que quer isto dizer?
Quer dizer que estou a perder a cabeça de vez... provavelmente, sim. Mas por outro lado nao ma lembra de a ter alguma vez encontrado. Nao faz sentido escrever algo com sentido. Faz sentido sermos nos proprios e todas essas tretas, faz sentido a globalizaçao, faz sentido o amor, faz sentido ser jovem, faz sentido a vontade que temos de nos exprimir, faz sentido a liberdade, faz sentido... faz sentido que leiam este texto? Será? Qual será o limite de palavras para nao se escrever nada? Se o nada for infinitamente grande, entao tambem seram as palavras que o descrevem, palavras extensas para ocupar mais espaço. Como tudo o resto o nada e feito de contrastes, ou seja, o nada e muito e o muito e pouco, escrevo bem quando escrevo mal, sinto me mal porque irei ficar bem, sinto me bem porque irei ficar mal. Mas que raio de conversa. Conversa? Mas qual conversa? Converso com quem? Com o meu Personal Computer? O meu PC?
A maior duvida ainda e se podera passar este texto, como mais um texto intelectual. Talvez ser lido na galeria "Zé dos Bois" por um cromo qualquer, que se veste como se vestiam nos anos setenta porque e diferente. Seras diferente? Achas que se te vestires assim, inves de te vestires como es, com a camisa que a tua mae te ofereceu nao ficas melhor, nao e por isso que iras impressionar mais gente, nao pelo que vestes nem pelo que ouves, fazes, les, ou mesmo pelo que es. Por e simplesmente iras impressionar alguem se calhar, alguma vez, acertares numa serie de acasos, felizes ou infelizes e esse alguem aperceber-se que e igual a ti, ou que tu es quem esse alguem sempre quis conhecer porque viu num filme ou ouviu numa musica que apareceu na MTV. Mas eu tambem ando a passar-me, escrevo como se alguem fosse ler isto para outra pessoa, como se alguem chegasse a esta linha, escrevo mesmo a pensar se alguem alguma vez chegar a esta linha ainda me leva a serio.
Estas a ler esta linha? Nao tens nada melhor a fazer do que ler o blog deste teu amigo, irmao, primo, sobrinho, conhecido, amigo acidental, colega? Fica sabendo que quem escreve aqui e doido, tem variadissimos problemas, sendo o principal deles que, todos os seus problemas, apenas sao problemas para ele, nimguem mais os ve, porque por e simplesmente nao existem.
Olha! O Peter Franti mudou de musica...
(fica a meio... provavelmente para sempre.)
O que quer isto dizer?
Quer dizer que estou a perder a cabeça de vez... provavelmente, sim. Mas por outro lado nao ma lembra de a ter alguma vez encontrado. Nao faz sentido escrever algo com sentido. Faz sentido sermos nos proprios e todas essas tretas, faz sentido a globalizaçao, faz sentido o amor, faz sentido ser jovem, faz sentido a vontade que temos de nos exprimir, faz sentido a liberdade, faz sentido... faz sentido que leiam este texto? Será? Qual será o limite de palavras para nao se escrever nada? Se o nada for infinitamente grande, entao tambem seram as palavras que o descrevem, palavras extensas para ocupar mais espaço. Como tudo o resto o nada e feito de contrastes, ou seja, o nada e muito e o muito e pouco, escrevo bem quando escrevo mal, sinto me mal porque irei ficar bem, sinto me bem porque irei ficar mal. Mas que raio de conversa. Conversa? Mas qual conversa? Converso com quem? Com o meu Personal Computer? O meu PC?
A maior duvida ainda e se podera passar este texto, como mais um texto intelectual. Talvez ser lido na galeria "Zé dos Bois" por um cromo qualquer, que se veste como se vestiam nos anos setenta porque e diferente. Seras diferente? Achas que se te vestires assim, inves de te vestires como es, com a camisa que a tua mae te ofereceu nao ficas melhor, nao e por isso que iras impressionar mais gente, nao pelo que vestes nem pelo que ouves, fazes, les, ou mesmo pelo que es. Por e simplesmente iras impressionar alguem se calhar, alguma vez, acertares numa serie de acasos, felizes ou infelizes e esse alguem aperceber-se que e igual a ti, ou que tu es quem esse alguem sempre quis conhecer porque viu num filme ou ouviu numa musica que apareceu na MTV. Mas eu tambem ando a passar-me, escrevo como se alguem fosse ler isto para outra pessoa, como se alguem chegasse a esta linha, escrevo mesmo a pensar se alguem alguma vez chegar a esta linha ainda me leva a serio.
Estas a ler esta linha? Nao tens nada melhor a fazer do que ler o blog deste teu amigo, irmao, primo, sobrinho, conhecido, amigo acidental, colega? Fica sabendo que quem escreve aqui e doido, tem variadissimos problemas, sendo o principal deles que, todos os seus problemas, apenas sao problemas para ele, nimguem mais os ve, porque por e simplesmente nao existem.
Olha! O Peter Franti mudou de musica...
(fica a meio... provavelmente para sempre.)
sexta-feira, maio 05, 2006
quinta-feira, maio 04, 2006
intelectual vs. simples...
Gostava de ser intelectual, desde que li o Diário do Adrian Mole que me interesso pelo tema dos intelectuais.
Suspeito que intelectual não irei ser, mas talvez para ser alguém com uma forte cultura, ainda vou a tempo, com alguma sorte até poderei aprender e entender algumas das conversas dos grandes intelectuais, ou mesmo no clímax da minha cultura consiga assistir a uma daquelas peças de dança contemporânea e dizer que gostei. Talvez isso já não me interesse, as coisas simples e cruas têm ficado cada vez mais atraentes. Não percebo como saltei um extremo para outro, onde terei eu visto que o perceber e analisar tudo não é o que mais me interessa? Mais um vez sinto-me a perder a razão... mas sinto-me pior por escrever ininterruptamente sobre mim, por não ser o intelectual que escreve de uma forma divertida sobre o mundo onde vive. Se calhar, não será assim tão mal, mais vale ser mais um simplório com problemas de identificação, que pensar ser intelectual sem o ser.
O homem simples tem a vantagem de estar na base da sociedade intelectual e a capacidade de se puder destacar quando assim entende. Difícil para o simplório é manter a fachada, pois não é possível ser realmente simples, só estando morto, logo o simples fica mais complicado, tendo de usar as suas armas intelectuais, levando-o a tornar-se quase intelectual.
Ser simples obriga a pensar menos, mas a trabalhar mais. Uma das coisas que aprendi até agora é que funciono ao contrario de todas as grandes personagens, gosto de trabalhar mas não gosto de pensar.
Suspeito que intelectual não irei ser, mas talvez para ser alguém com uma forte cultura, ainda vou a tempo, com alguma sorte até poderei aprender e entender algumas das conversas dos grandes intelectuais, ou mesmo no clímax da minha cultura consiga assistir a uma daquelas peças de dança contemporânea e dizer que gostei. Talvez isso já não me interesse, as coisas simples e cruas têm ficado cada vez mais atraentes. Não percebo como saltei um extremo para outro, onde terei eu visto que o perceber e analisar tudo não é o que mais me interessa? Mais um vez sinto-me a perder a razão... mas sinto-me pior por escrever ininterruptamente sobre mim, por não ser o intelectual que escreve de uma forma divertida sobre o mundo onde vive. Se calhar, não será assim tão mal, mais vale ser mais um simplório com problemas de identificação, que pensar ser intelectual sem o ser.
O homem simples tem a vantagem de estar na base da sociedade intelectual e a capacidade de se puder destacar quando assim entende. Difícil para o simplório é manter a fachada, pois não é possível ser realmente simples, só estando morto, logo o simples fica mais complicado, tendo de usar as suas armas intelectuais, levando-o a tornar-se quase intelectual.
Ser simples obriga a pensar menos, mas a trabalhar mais. Uma das coisas que aprendi até agora é que funciono ao contrario de todas as grandes personagens, gosto de trabalhar mas não gosto de pensar.
razão...
"Sou um técnico,
Mas tenho a técnica só dentro da técnica
Fora disto sou doido, com todo direito a sê-lo
Com todo direito a sê-lo, ouviram?"
A. de Campos
Mas tenho a técnica só dentro da técnica
Fora disto sou doido, com todo direito a sê-lo
Com todo direito a sê-lo, ouviram?"
A. de Campos
quinta-feira, abril 27, 2006
...tic, tac, tic, tac... tac?...
tic, tac, tic, tac...
dizem que estou a aproveitar o tempo...
dizem que irei ser recompensado...
dizem que vou ser melhor...
dizem que vou conseguir...
dizem que não sou burro...
dizem que vale a pena...
mas ainda não sabem que caminho para as mesmas salas onde estou agora, cinzentas, quentes, sem janelas e com um constante zumbido de maquinas que processam imagens a 60Hertz para que não me escape nenhum pixel, não vá ver outra realidade que não a descrita pelos fotões, electrões e sabe Deus mais o quê.
tac...?
O que me faz por um pé à frente do outro é a esperança, de uma viagem, de umas onditas, de umas férias e de dia 26 de Julho (ou Junho) estar a delirar com Xavier Rudd no Santiago Alquimista. (quem for comprar tickets, telefone a avisar para comprar o meu, please!)
dizem que estou a aproveitar o tempo...
dizem que irei ser recompensado...
dizem que vou ser melhor...
dizem que vou conseguir...
dizem que não sou burro...
dizem que vale a pena...
mas ainda não sabem que caminho para as mesmas salas onde estou agora, cinzentas, quentes, sem janelas e com um constante zumbido de maquinas que processam imagens a 60Hertz para que não me escape nenhum pixel, não vá ver outra realidade que não a descrita pelos fotões, electrões e sabe Deus mais o quê.
tac...?
O que me faz por um pé à frente do outro é a esperança, de uma viagem, de umas onditas, de umas férias e de dia 26 de Julho (ou Junho) estar a delirar com Xavier Rudd no Santiago Alquimista. (quem for comprar tickets, telefone a avisar para comprar o meu, please!)
sábado, abril 08, 2006
depressão...
segunda-feira, março 27, 2006
Irónico...
domingo, março 26, 2006
imaginação...
sexta-feira, março 24, 2006
estudo...
Teste de Engenharia de Software amanhã...
Uma quantidade anormal de matéria para comer antes das nove da manhã de sábado...
Muito sono...
Pouca paciência...
Mais imaginação que conhecimento...
Muito para fazer...
Pouco com que me divertir...
Muito tempo, para o que não preciso de fazer...
Pouco tempo, para o que tenho de fazer...
Algumas propostas interessantes...
Muitas negas desinteressantes...
As dores que a faculdade faz...
Muitas queixinhas para fazer...
... ai, ai, o que me vale é a Margarida Pinto aos ouvidos para acalmar.
Uma quantidade anormal de matéria para comer antes das nove da manhã de sábado...
Muito sono...
Pouca paciência...
Mais imaginação que conhecimento...
Muito para fazer...
Pouco com que me divertir...
Muito tempo, para o que não preciso de fazer...
Pouco tempo, para o que tenho de fazer...
Algumas propostas interessantes...
Muitas negas desinteressantes...
As dores que a faculdade faz...
Muitas queixinhas para fazer...
... ai, ai, o que me vale é a Margarida Pinto aos ouvidos para acalmar.

terça-feira, março 21, 2006
segunda-feira, março 20, 2006
idealismos...
"we split an atom, we got all this computer technology, and we can't even get along?
what good is it, if we can't even comunicate and coexist peacefully?
all that advancement and all that technology means nothing... if we can't live in peace.
so the greatest technological advancement in the world is peace.
all computers and faxes and cell phones and stuff, it is great.. you know, but... it doesn't impress me like peace does."
espero que não cresça para perceber que isto são idealismos sem sentido...

Acordar no comboio...
sexta-feira, março 17, 2006
A fita da minha mana...
Acabou de chegar às minhas mãos o meu inimigo até mais ou menos, Julho, Junho, a fita da minha irmã...
Tenho de escrever algo interessante, de bom senso, lógico e que sou eu possa dizer... o problema não se fica por ai, mas sim pelo facto de não me puder arrepender daqui a cinquenta anos de ser tão parvo aos vinte e quatro.
Tenho de escrever algo interessante, de bom senso, lógico e que sou eu possa dizer... o problema não se fica por ai, mas sim pelo facto de não me puder arrepender daqui a cinquenta anos de ser tão parvo aos vinte e quatro.

terça-feira, março 14, 2006
matrioshka...
Já nos vinte e quatro e ainda a uma velocidade vertiginosa.
A cidade anda mais depressa, muito mais, é uma daquelas imagens que se vêem de vez em quando nos videoclips, desfocadas, escuras, onde apenas se identificam as luzes dos carros e sempre, sempre em fast foward. À mesma velocidade são tomadas decisões que levaram uma vida inteira a construir, baseadas em princípios e regras que muitas vezes... sempre, tentamos quebrar e nunca conseguimos, está no nosso código, no ADN. As decisões mais sólidas são tomadas para dentro, muitas vezes sem sequer pedirem o nosso consentimento, são tomadas por causa de uma acção rápida, um olhar, um toque, um pequeno movimento, uma palavra, um som e... todos os anos que nos levou a crescer, todas as regras que sentimos a desenvolverem-se connosco, todos os princípios com que nos educaram, todas as imagens que vimos, foram postas em causa para tomar uma nova decisão. Tudo isto, para mais uma vez cairmos no habitual erro, de não sair do standard, de voltar a fazer tudo o que os nossos pais, família, regras, princípios, ideais, sempre nos mostraram que iríamos fazer, para que todo esse conjunto de dogmas que não nos permitem ver o mundo com os olhos do companheiro do lado, volte a sair mais forte. Não se trata de mais uma frustração, nada disso, trata-se sim do obvio, daquilo que alguns se recusam a acreditar, não passamos de meras maquinas, sofremos pequenas mutações mas raramente algo que faça toda a diferença, talvez alguns saiam do espectro do seu próprio standard, Leonardo Da Vinci, Galileu, Pitágoras, figuras únicas que se destacaram por esta ou por outra razão, por terem arranjado maneira de espreitar o que diziam não fazer sentido, o impossível. O impossível que gostava de descobrir não diz respeito a números, nem desafia as leis que dizem ser da física, implica pessoas. Gostava de saber porque, embora não nos vistamos todos de cinzento, porque acabamos todos por nos vestir como os nossos pais por mais que o combatamos, porque somos iguais se todos nós dizemos que não é assim que queremos ficar, queremos mais, queremos melhor, queremos ver o que eles nunca viram porque sabemos o que é, só não percebemos como vamos ficar a ver o que os anos que vivemos não nos deixa.
Mais um grupo de frase complicadas para problemas simples. É o delírio!

Sitios onde não se pensa nestas coisas...
A cidade anda mais depressa, muito mais, é uma daquelas imagens que se vêem de vez em quando nos videoclips, desfocadas, escuras, onde apenas se identificam as luzes dos carros e sempre, sempre em fast foward. À mesma velocidade são tomadas decisões que levaram uma vida inteira a construir, baseadas em princípios e regras que muitas vezes... sempre, tentamos quebrar e nunca conseguimos, está no nosso código, no ADN. As decisões mais sólidas são tomadas para dentro, muitas vezes sem sequer pedirem o nosso consentimento, são tomadas por causa de uma acção rápida, um olhar, um toque, um pequeno movimento, uma palavra, um som e... todos os anos que nos levou a crescer, todas as regras que sentimos a desenvolverem-se connosco, todos os princípios com que nos educaram, todas as imagens que vimos, foram postas em causa para tomar uma nova decisão. Tudo isto, para mais uma vez cairmos no habitual erro, de não sair do standard, de voltar a fazer tudo o que os nossos pais, família, regras, princípios, ideais, sempre nos mostraram que iríamos fazer, para que todo esse conjunto de dogmas que não nos permitem ver o mundo com os olhos do companheiro do lado, volte a sair mais forte. Não se trata de mais uma frustração, nada disso, trata-se sim do obvio, daquilo que alguns se recusam a acreditar, não passamos de meras maquinas, sofremos pequenas mutações mas raramente algo que faça toda a diferença, talvez alguns saiam do espectro do seu próprio standard, Leonardo Da Vinci, Galileu, Pitágoras, figuras únicas que se destacaram por esta ou por outra razão, por terem arranjado maneira de espreitar o que diziam não fazer sentido, o impossível. O impossível que gostava de descobrir não diz respeito a números, nem desafia as leis que dizem ser da física, implica pessoas. Gostava de saber porque, embora não nos vistamos todos de cinzento, porque acabamos todos por nos vestir como os nossos pais por mais que o combatamos, porque somos iguais se todos nós dizemos que não é assim que queremos ficar, queremos mais, queremos melhor, queremos ver o que eles nunca viram porque sabemos o que é, só não percebemos como vamos ficar a ver o que os anos que vivemos não nos deixa.
Mais um grupo de frase complicadas para problemas simples. É o delírio!

Sitios onde não se pensa nestas coisas...
sexta-feira, março 10, 2006
Vinte e quatro...
Pois é... o inicio da minha vigésima quarta volta ao sol aproxima-se a uma velocidade vertiginosa (segundo a NASA a 29,78Km/H).
O que tenho a dizer? Muita coisa. O que vou dizer? Quase nada. Nestes vinte e quatro anos vivi como qualquer outro jovem adulto da minha idade, entre a MTV e os que nos tentam impingir que dantes tudo era pior que hoje, claro, com excepção das maneiras e tradições, o pudor e educação, as grandes figuras e os revolucionários.
A mim, tal como a muitos outros jovens adultos, tanto faz como tenha sido o passado, pois tal como os nossos pais, irmãos e mesmo futuros filhos, o mundo só começou a existir a partir do momento em que nascemos e a terra só se mexe onde nós estamos, tudo o resto é cenário. Claro que procuramos raízes, gostamos de saber de onde viemos e porque pensamos como pensamos se ninguém nos enfiou estas ideias estapafúrdias na cabeça, mas as peças nunca ligam muito bem. Por mais estranho que seja, a dificuldade em imaginar um mundo diferente do qual em que vivemos é grande.
Com simples exercícios mentais conseguimos logo perceber isto (pelo menos eu consigo, portanto imagino que seja fácil), reparem em algo que fazem todos os dias com o maior desprezo e tentem imaginar como alguém se lembrou disso, veram que dificilmente se lembrariam de algo semelhante tendo em conta a época em que essa acção começou a ser realizada, calçar as meias é um dos meus exemplos favoritos, não sei quem foi o primeiro, mas não acredito que tenha feito sentido para todos ao mesmo tempo. É uma observação parva, mas realista, tentem se abstrair do quão disparatado é.
Todos os dias acordo e há coisas que nunca deixei de ver, mas que no entanto para os meus pais e talvez até pessoas mais novas ainda é uma novidade. Aqui vão alguns exemplos, caixas Multibanco, televisão a cores, a Europa, relógios digitais e claro lojas que estão tão representadas em Portugal como em Nova York ou Paris, a lista não acaba por aqui (são as que me consegui lembrar em menos de um minuto). Para mim a mais flagrante é a caixa Multibanco, que é algo que não consigo imaginar não existir, mais ou menos como os Jackson 5 terem existido efectivamente e o Michael Jackson ser aquele miúdo pequeno, ou mesmo o Mário Soares ter sido novo em tempos, poupem-me!
Seja como o for, a vida dos jovens adultos de 24 anos acredito que não se faça do passado (especialmente porque ainda houve pouco tempo para isso, embora haja muito boa gente que já tenha feito as coisas mais relevantes na sua vida com esta idade), mas do futuro (mas que frase inspiradora!).
Especialmente em Portugal, quem tem a minha idade é o primeiro fruto de uma geração que começou a pensar com a Europa, para quem as fronteiras nunca fizeram muito sentido, pois o lógico é ligar todos os pontos de forma a que Portugal, América, China, Brasil, Rússia seja tudo uma questão de pontos geográficos mas não de distância. Tal como as gerações anteriores, iremos ser nós a mudar o mundo, pois o que nos permite pensar assim é a Europa, a educação, as oportunidades, os filmes, a publicidade, os cereais que como de manhã, o pingo doce, a mens health, a maxim, a surfportugal, a televisão, os jornais e toda aquela informação útil e fútil que se mistura na minha cabeça que nunca foi e provavelmente nunca irá ser filtrada.
Em suma vinte e três F.U.B.A.R. years! Que venha mais um.

Hoje talvez sejam o dobro dos copos...
O que tenho a dizer? Muita coisa. O que vou dizer? Quase nada. Nestes vinte e quatro anos vivi como qualquer outro jovem adulto da minha idade, entre a MTV e os que nos tentam impingir que dantes tudo era pior que hoje, claro, com excepção das maneiras e tradições, o pudor e educação, as grandes figuras e os revolucionários.
A mim, tal como a muitos outros jovens adultos, tanto faz como tenha sido o passado, pois tal como os nossos pais, irmãos e mesmo futuros filhos, o mundo só começou a existir a partir do momento em que nascemos e a terra só se mexe onde nós estamos, tudo o resto é cenário. Claro que procuramos raízes, gostamos de saber de onde viemos e porque pensamos como pensamos se ninguém nos enfiou estas ideias estapafúrdias na cabeça, mas as peças nunca ligam muito bem. Por mais estranho que seja, a dificuldade em imaginar um mundo diferente do qual em que vivemos é grande.
Com simples exercícios mentais conseguimos logo perceber isto (pelo menos eu consigo, portanto imagino que seja fácil), reparem em algo que fazem todos os dias com o maior desprezo e tentem imaginar como alguém se lembrou disso, veram que dificilmente se lembrariam de algo semelhante tendo em conta a época em que essa acção começou a ser realizada, calçar as meias é um dos meus exemplos favoritos, não sei quem foi o primeiro, mas não acredito que tenha feito sentido para todos ao mesmo tempo. É uma observação parva, mas realista, tentem se abstrair do quão disparatado é.
Todos os dias acordo e há coisas que nunca deixei de ver, mas que no entanto para os meus pais e talvez até pessoas mais novas ainda é uma novidade. Aqui vão alguns exemplos, caixas Multibanco, televisão a cores, a Europa, relógios digitais e claro lojas que estão tão representadas em Portugal como em Nova York ou Paris, a lista não acaba por aqui (são as que me consegui lembrar em menos de um minuto). Para mim a mais flagrante é a caixa Multibanco, que é algo que não consigo imaginar não existir, mais ou menos como os Jackson 5 terem existido efectivamente e o Michael Jackson ser aquele miúdo pequeno, ou mesmo o Mário Soares ter sido novo em tempos, poupem-me!
Seja como o for, a vida dos jovens adultos de 24 anos acredito que não se faça do passado (especialmente porque ainda houve pouco tempo para isso, embora haja muito boa gente que já tenha feito as coisas mais relevantes na sua vida com esta idade), mas do futuro (mas que frase inspiradora!).
Especialmente em Portugal, quem tem a minha idade é o primeiro fruto de uma geração que começou a pensar com a Europa, para quem as fronteiras nunca fizeram muito sentido, pois o lógico é ligar todos os pontos de forma a que Portugal, América, China, Brasil, Rússia seja tudo uma questão de pontos geográficos mas não de distância. Tal como as gerações anteriores, iremos ser nós a mudar o mundo, pois o que nos permite pensar assim é a Europa, a educação, as oportunidades, os filmes, a publicidade, os cereais que como de manhã, o pingo doce, a mens health, a maxim, a surfportugal, a televisão, os jornais e toda aquela informação útil e fútil que se mistura na minha cabeça que nunca foi e provavelmente nunca irá ser filtrada.
Em suma vinte e três F.U.B.A.R. years! Que venha mais um.

Hoje talvez sejam o dobro dos copos...
quinta-feira, fevereiro 23, 2006
O almocinho...
-Hoje cozinhei um bife... tarefa totalmente inocente para alguns, mas mais uma aventura para mim.
-Não sou daquelas pessoas que nunca cozinhou na vida, muito menos alguém que não goste cozinhar, ou que não deseje aprender a cozinhar. Mas prefiro comer. Como hoje tinha tempo, depois das aulas, lancei-me pela internet fora em busca de receitas simples, baratas e rápidas. Encontrei uma receita para uns bifes com mostarda, agradou-me. Como qualquer informático que se preze, o primeiro passo foi o levantamento de requisitos, margarina, bife, sal, pimenta, mostarda, vinho, alho, leite e natas. Como não haviam alguns dos ingredientes, parti para o supermercado orgulhoso com as compras que ia fazer, afinal de contas não vou todos os dias ao supermercado com uma ideia definida do que vou comprar (é estranho mas verdade), quando lá cheguei, fiz um ar de entendido cada vez que me aproximava das prateleiras para comprar mais um ingrediente. Reunidos todos os requisitos, iniciei a parte culinária! Segui a receita passo a passo, que não custou muito visto só ter dez linhas. Devo dizer que foi um sucesso, um bife com molho de natas e mostarda que era uma maravilha!
-Esqueci-me de tirar uma fotografia ao bife, mas tiro aos próximos almoços que fizer assim.
-Acho que vou apostar um pouco nesta área, estranhamente é muito relaxante.
-Quando tiver confiança suficiente talvez faça alguns almoços para mais gente, quem quiser que se inscreva, mas por enquanto é melhor apostar na estabilidade da minha cozinha, para o bem das barrigas alheias.
-Não sou daquelas pessoas que nunca cozinhou na vida, muito menos alguém que não goste cozinhar, ou que não deseje aprender a cozinhar. Mas prefiro comer. Como hoje tinha tempo, depois das aulas, lancei-me pela internet fora em busca de receitas simples, baratas e rápidas. Encontrei uma receita para uns bifes com mostarda, agradou-me. Como qualquer informático que se preze, o primeiro passo foi o levantamento de requisitos, margarina, bife, sal, pimenta, mostarda, vinho, alho, leite e natas. Como não haviam alguns dos ingredientes, parti para o supermercado orgulhoso com as compras que ia fazer, afinal de contas não vou todos os dias ao supermercado com uma ideia definida do que vou comprar (é estranho mas verdade), quando lá cheguei, fiz um ar de entendido cada vez que me aproximava das prateleiras para comprar mais um ingrediente. Reunidos todos os requisitos, iniciei a parte culinária! Segui a receita passo a passo, que não custou muito visto só ter dez linhas. Devo dizer que foi um sucesso, um bife com molho de natas e mostarda que era uma maravilha!
-Esqueci-me de tirar uma fotografia ao bife, mas tiro aos próximos almoços que fizer assim.
-Acho que vou apostar um pouco nesta área, estranhamente é muito relaxante.
-Quando tiver confiança suficiente talvez faça alguns almoços para mais gente, quem quiser que se inscreva, mas por enquanto é melhor apostar na estabilidade da minha cozinha, para o bem das barrigas alheias.
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